Projeto de licenciamento ambiental já beneficia 157 suinocultores no Paraná

A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, por meio do Programa Nacional de Meio Ambiente (PNMA II) desenvolve o ?Projeto de Controle da Contaminação Ambiental decorrente da Suinocultura? em 157 propriedades de suinocultores localizadas na região de Toledo e Francisco Beltrão, visando a regularização e saneamento ambiental das criações.

O projeto de intervenção ambiental inclui ações corretivas no manejo dos animais, destinação adequada de dejetos, controle no desperdício de água e rações, instalações ambientalmente corretas, tratamento sanitário, capacitação dos produtores e monitoramento ambiental da água e do solo.

O Paraná produziu um manual inédito padronizando os procedimentos de fiscalização para adequação das pocilgas e obtenção do licenciamento ambiental. A iniciativa rendeu ao projeto paranaense a escolha, pelo Conselho Empresarial Brasil para Desenvolvimento Sustentável em novembro de 2005, como melhor projeto de desenvolvimento sustentável do país – entre outros 150 trabalhos brasileiros.

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) capacitou ainda 155 técnicos para orientar os suinocultores sobre a necessidade do Licenciamento Ambiental e os cuidados necessários para o tratamento, armazenamento e disposição final dos dejetos suínos. ?Além disso, o Paraná se destacou por apresentar um projeto pioneiro que está sendo desenvolvido utilizando o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). A idéia é possibilitar aos suinocultores uma renda alternativa com a venda de créditos de carbono gerados através da queima do metano?, disse o secretário do meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues.

Segundo ele, oito unidades administrativas do projeto foram montadas, em parceria com a Sanepar, Itaipu Binacional, entre outras instituições.

O projeto piloto está sendo desenvolvido inicialmente com 34 pequenos criadores de porcos (produções com até 300 animais).

Está sendo avaliada a produção de gás metano através da decomposição dos dejetos de porcos e propõe a criação de uma rede coletiva de captação e tratamento de dejetos suínos. Cálculos iniciais apontam que cada suinocultor poderá aumentar em R$500,00/mês a sua renda.

Após o tratamento do material decomposto é realizada a queima do gás metano. A queima do gás reduz a emissão de gás carbônico na atmosfera – gás que mais contribui para o aquecimento global – e poderá ser comercializada no mercado de créditos de carbono. ?Este processo deverá contribuir ainda para redução do lançamento de dejetos nos rios da bacia, melhorando consideravelmente a qualidade da água?, afirmou a diretora de meio ambiente da Sanepar, Maria Arlete Rosa.

Segundo ela, os dejetos que antes seriam descartados na água dos rios são tratados, produzindo gás metano que pode ser comercializado no mercado de carbono.

A diretora da Sanepar disse ainda que o projeto evoluiu de tal forma que a energia produzida com a queima do gás metano será comprada pela Copel ? nova parceira na atividade ? com o projeto ?Geração de energia Distribuída?.

A coordenadora estadual do Programa Nacional de Meio Ambiente, Sandra Queiroz, estima que a renda mensal pode ser ainda maior. ?O projeto piloto abrange apenas pequenos criadores e quanto maior for a produção, mais metano deverá ser gerado?, disse.

Ela ainda disse que os quase 11 mil animais dos 34 criadores produzem cerca 42 mil metros cúbicos de dejetos por ano, que, após passar pelo processo de decomposição, geram 2,5 mil toneladas de gás metano. ?O volume de dejetos produzidos anualmente pode render mais de 52 mil metros cúbicos em créditos de carbono?, disse Sandra.

A suinocultura é uma atividade de grande importância regional para a sustentabilidade da produção rural do Estado. O rebanho paranaense ocupa a segunda posição no Brasil com cerca de 4,07 milhões de suínos. A produção é predominantemente em pequenas propriedades.

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