O Governo do Paraná se prepara para iniciar a segunda etapa do Projeto Saúde
Vocal ? Cuidando da Voz do Professor, realizado pelas Secretarias a Saúde e da
Educação. Mais de 38 mil professores foram analisados pela coordenação do
projeto e já receberam orientações. Segundo o secretário da Saúde, Cláudio
Xavier, durante todo o ano passado os 65 mil professores estatutários da rede
estadual de ensino receberam questionários com perguntas relacionadas à
utilização da voz. Desses, 40 mil responderam espontaneamente e a análise
concluída na semana passada ? quando se comemorou o dia nacional da voz, –
mostra que 60% devem tomar alguns cuidados com a saúde vocal, descritos na
análise enviada aos professores pela coordenação do projeto.
As novas
análises dos fatores que desencadeiam doenças vocais apresentaram professores
com doença do refluxo, rinite alérgica e professoras que sofrem problemas com a
voz devido às alterações hormonais provocadas pela Tensão Pré-Menstrual (TPM).
Os professores que se encaixarem em cada um desses grupos receberão nova
correspondência orientando para evitar que se agrave a situação clínica, de
forma que a voz, sua ferramenta de trabalho, não seja afetada, explica Xavier.
?Este é o maior projeto para cuidado da voz do professor já feito por um governo
de Estado?, diz o secretário.
Os professores que responderam ao
questionário já receberam na primeira etapa do projeto orientações sobre
cuidados com a voz e mudanças que devem ter em seus hábitos para manter a saúde
vocal. As recomendações são baseadas nas respostas obtidas em questionário
enviado para todos os docentes da rede pública do Estado e se referem a cada um
dos profissionais individualmente, no seu respectivo grupo em que foi
classificado o seu tipo voz. ?Este trabalho está dentro de duas prerrogativas
básicas do Governo do Paraná. A prevenção e o respeito e valorização do servidor
público, melhorando a sua qualidade de vida?, afirmou o secretário Cláudio
Xavier.
O projeto classificou os professores que responderam o
questionário enviado para as escolas em três grupos: não apresenta risco na voz,
já apresenta algum grau de comprometimento e já tem problemas vocais. Após a
primeira análise, as Secretarias da Saúde e da Educação enviaram para cada
professor recomendações específicas de acordo com a avaliação. ?Entretanto, os
professores podem migrar de grupo, já que a medicina não é uma ciência exata.
Por isso a importância da manutenção das dicas enviadas?, afirmou o coordenador
do projeto, Luiz Fernando Amarante, médico otorrinolaringologista.
Os
professores que se encaixam nos 60% pertencentes ao segundo grupo precisam mudar
as suas atitudes para evitar que a situação se agrave. No grupo um, que tem boas
condições vocais estão 32% dos professores que responderam ao questionário e 7%
estão no grupo três, onde estão localizados os professores que já tem problemas
na sua voz. ?Temos que ser pragmáticos, queremos trabalhar para melhorar a
condição destes profissionais que já têm problemas e com a prevenção evitar que
os professores que tem uma boa saúde vocal e os que precisam de cuidados
desenvolvam problemas?, analisa Xavier.
Para isso, diversos materiais
educativos, além das cartas com recomendações, já estão prontos para chegarem às
mãos dos professores. folderes com recomendações, apostila ?Cuidados com a Voz?
e um CD com aulas de exercícios de alongamentos para os professores estão sendo
enviados para todas as escolas da rede estadual de ensino. ?Os professores vão
realizar alongamentos antes do recreio, diminuindo a tensão na parte superior do
corpo, comum devido ao estresse da vida moderna?, afirmou Amarante.
Com
os alongamentos propostos no CD os professores terão redução de tensões
musculares, aumento da capacidade de movimentação, ativação da circulação, entre
outros benefícios que somados auxiliarão na manutenção e melhora das condições
vocais.
A professora Lilian Nascimento, do Instituto de Educação de
Paranaguá, que está no grupo de professores avaliados pelo projeto, acha
importante a abordagem dada aos problemas. ?Essa situação postural, de
respiração e garganta atinge muitos professores?, avalia. Segundo ela, esses
problemas podem inclusive chegar até o aluno. ?Percebemos que se preocupam
realmente com o que acontece em sala da aula?, disse Lilan. ?A maioria dos
professores ficou surpresa, porque se encaixavam na carta que receberam com
avaliação e cuidados a serem tomados?, concluiu.
Pesquisa
Um ponto que
surpreendeu o coordenador do projeto foi a aceitabilidade. Enquanto a média de
respostas em grandes empresas e instituições públicas para questionários não
fica acima de 5% do público alvo, o programa da Secretaria teve mais de 70% de
retorno dos questionários. ?É um número incrível, que nos deixou muito felizes e
estimulados a seqüência do projeto?, avaliou Amarante.
Ao todo foram
enviados 65 mil questionários para os professores. Deste total, mais de 40 mil
foram devolvidos espontaneamente. Entretanto, 38 mil respondidos corretamente e
apenas pouco mais de 2 mil não puderam ser aproveitados por dificuldades no
preenchimento. ?É gratificante ter um retorno que supera todas as perspectivas
teóricas a respeito deste tipo de material. É a prova de que os professores
confiam no Governo do Paraná e podem continuar, pois já enviamos as nossas
análises e recomendações em uma primeira fase e outras dicas importantes ainda
estão por vir?, disse o secretário Cláudio Xavier.