As projeções dos analistas de mercado para o saldo comercial (exportações menos importações) sobem para US$ 40,5 bilhões neste ano, e elevam para US$ 34,05 as estimativas de superávit (saldo positivo) para o ano que vem, de acordo com o boletim Focus divulgado hoje pelo Banco Central.
O documento, fruto de pesquisa realizada na última sexta-feira com uma centena de instituições financeiras e analistas de todo o país sobre tendências dos principais indicadores da economia, indica aumento também para o saldo de conta corrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras com o exterior.
Segundo a pesquisa, a estimativa de saldo de US$ 12,10 bilhões, na semana passada, foi corrigida para US$ 12,20 bilhões neste ano, e a projeção de US$ 6,19 bilhões para o saldo de conta corrente em 2006 aumentou para US$ 6,80 bilhões.
O boletim Focus mantém a perspectiva de US$ 16 bilhões para a entrada de investimento estrangeiro direto no setor produtivo, até o final deste ano; mas a tendência para o ano que vem é melhor, e os analistas acreditam que a projeção anterior, de US$ 15,45 bilhões, também aumentará para algo em torno de US$ 16 bilhões.
A pesquisa do BC elevou de 3,20% para 3,21% a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no país neste ano, e manteve a projeção de 3,50% para o PIB de 2006. Estagnação decorrente da redução de 4,48% para 4,18% da previsão de aumento da produção industrial em 2005.
A pesquisa Focus prevê, ainda, pequeno aumento, de 51,40% para 51,50%, na relação da dívida líquida do setor público com o PIB. Piora, portanto, o nível de comprometimento da produção nacional, por conta da elevação da dívida líquida que se aproxima de R$ 1 trilhão.
Os analistas de mercado reduziram mais um pouco a projeção de cotação do dólar no final de 2005: de R$ 2,46 para R$ 2,45; e o tombo foi ainda maior na estimativa para 2006: de R$ 2,70 para R$ 2,60. Isso, visto em um cenário no qual a taxa básica de juros (Selic), hoje de 19,75% ao ano, caia para 19,50% neste mês e mantenha reduções de 0,5 ponto percentual nos meses seguintes, de modo a terminar o ano em 18%.