Mil angolanos de sete a 17 anos serão beneficiados a partir de agora pelos programas Segundo Tempo e Pintando a Liberdade. Criados pelo Ministério do Esporte, esses programas foram transferidos pelo Brasil em mais uma parceria internacional. O ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, e o ministro da Juventude e Desporto de Angola, José Marcos Barrica, assinaram hoje, convênio para implantação dos programas nas áreas mais carentes de Angola. Ainda como parte do projeto 400 angolanos que cumprem penas alternativas serão treinados na produção de bolas, redes e outros materiais esportivos.

continua após a publicidade

Esse é o segundo convênio firmado com um país africano. Em 2004, foi a vez de Moçambique estabelecer a parceria, atendendo também mil jovens na região de Maputo, capital do país. Desde o ano passado, 400 presos trabalham nas chamadas oficinas sociais do Pintando a Liberdade. De acordo com o ministro Queiroz, ainda este ano deve ser firmado convênio com o Haiti.

O programa Segundo Tempo possibilita o acesso às práticas esportivas aos alunos matriculados na rede pública de ensino fundamental e médio, enquanto o programa Pintando a Liberdade envolve presidiário na produção de material esportivo. No Brasil, o Segundo Tempo beneficia quase 1 milhão de crianças e adolescentes. Já o Pintando a Liberdade ocupa 12,7 mil detentos, que produzem bolas para mais de 18 milhões de crianças em todo o país.

Para o ministro do Desporto de Angola, José Marcos Barrica, a assinatura do convênio representa um momento de grande significado por exprimir as vontades dos dois governos de trabalharem lado a lado na busca de soluções de problemas comuns. "Este é um ponto de partida para a concretização das nossas intenções de uma cooperação real e visível no domínio dos esportes", ressaltou. O alcance desse projeto, segundo ele, ultrapassa a dimensão política e ressalta "a dimensão social e humana do seu espírito".

continua após a publicidade

Na prática, observou Barrica, a implementação de projetos sociais por meio da prática esportiva significará o resgate de milhares de adolescentes angolanos do abandono e do insucesso escolar. "Ao mesmo tempo em que representará uma oportunidade de formação profissional, uma oportunidade ao emprego, de reeducação e de reinserção na vida útil de milhares de jovens em situação de risco e de exclusão".

Na opinião de Agnelo Queiroz, esses programas, pelo seu conteúdo de formação de recursos humanos e de solidariedade, aproximam mais ainda os dois povos. De acordo com ele, o Brasil não vai apenas instalar os programas em Angola, mas dar sustentação e acompanhamento por um ano para que essa convivência com os técnicos dê condições para o desenvolvimento completo do programa.

continua após a publicidade

Queiroz informou que serão produzidas 8 mil bolas que beneficiarão cerca de 150 mil jovens em vários pontos do país. Segundo Gerencio de Bem, gerente de Projetos do Ministério do Esporte, em Angola, uma bola importada chega a custar US$ 50 (cerca de R$ 150), enquanto as bolas produzidas pelo Pintando a Liberdade sairão a um custo de US$ 5 (cerca de R$ 15).