Programas ambientais atraem visitantes de diferentes países

Delegações do Peru, México, Coréia, Paraguai, Estados Unidos e Colômbia vieram a Curitiba no primeiro semestre deste ano para conhecer os programas ambientais da cidade. São estudantes de nível médio, mestrado e doutorado, professores, empresários, técnicos, políticos e servidores públicos que querem conhecer a política ambiental e as medidas adotadas na cidade para garantir a cobertura vegetal, preservação do meio ambiente, limpeza urbana e experiências sócio-ambientais em resíduos sólidos urbanos.

Nesta semana, cinco adolescentes japonesas de Himeji, cidade-irmã de Curitiba, conheceram os setores de separação do material reciclável e o Museu do Lixo, na Usina de Valorização de Rejeitos, localizada em Campo Largo para onde vai o material coletado pelos caminhões-baú do programa "Lixo que não é lixo".

Elas também visitaram alguns parques da cidade e nesta sexta-feira (5) estarão na Rua da Cidadania de Santa Felicidade para participar de uma atividade de educação física que permitirá às moças conhecer os vários ritmos brasileiros. As adolescentes participam de um programa de intercâmbio que existe há 11 anos entre Curitiba e Himeji.

Eiko Matsubayashi, de 21 anos, que participou de um intercâmbio como este em 2000 e está morando em Curitiba há cinco meses, acompanhou as conterrâneas de Himeji. Na Universidade Federal do Paraná, Eiko estuda português. "Depois do intercâmbio decidi que iria voltar a Curitiba. No Japão, muitos de nós achamos que o Brasil é café, samba e futebol, mas é muito mais do que isso. Por isso eu voltei e gostaria de estudar história do Brasil e sociologia aqui", diz a jovem.

Na semana que vem estará em Curitiba uma delegação japonesa de Hyogo, que incluiu na sua programação visitas aos Parques Tingüi e Tangüá e a um dos 63 pontos onde acontece o Câmbio Verde, programa pioneiro no país, que garante às famílias carentes a troca de lixo reciclável por alimentos.

Esta delegação terá a oportunidade de demonstrar o que existe na cidade japonesa. "Temos procurado, sempre que possível, incentivar a troca de informações entre os nossos técnicos e os visitantes. Podemos identificar iniciativas interessantes que podem ser combinadas aos programas bem sucedidos que Curitiba tem atualmente", completa o secretário do meio ambiente de Curitiba.

Prefeito coreano

Também na próxima semana virá a Curitiba o prefeito coreano de Jeju City, Yung-hoon Kim, junto com o presidente da Câmara de Vereadores da cidade e outras autoridades. A delegação será recebida pelo prefeito Beto Richa e pelo secretário do meio ambiente, Domingos Caporrino Neto.

A demanda coreana é uma das que mais chama a atenção e ela pode estar relacionada ao livro "Curitiba, a cidade do sonho", escrito pelo ambientalista coreano, Yong-Nam Park. A publicação já está em sua segunda edição. A pesquisa de Park foi realizada em 1997. A primeira edição – em preto e branco – foi lançada em 2000 e a segunda – colorida – em 2002. Outro livro, desta vez de um autor japonês – Keiro Hatoro – foi lançado em 2004.

Os programas ambientais são o principal motivo da visita que o candidato a prefeito da cidade de Bogotá, na Colômbia, Juan Carlos Florez, fará a Curitiba também na semana que vem. Esta será a segunda visita à cidade – a primeira ocorreu no mês passado. Florez vem para conhecer as ações da Prefeitura na área de gestão e manejo dos resíduos sólidos urbanos e visitará a Usina de Valorização de Rejeitos. Bogotá já adota em seu sistema de transporte o modelo curitibano, com canaletas exclusivas para ônibus biarticulados.

A assessora técnica da Secretaria do Meio Ambiente, Glécia Maria Gayer Balensiefer, observa que houve uma mudança no perfil dos visitantes. "Países da América do Sul, onde a questão ambiental e social são preocupantes, nos visitam com freqüência, mas atualmente recebemos visitantes de países da Europa e também dos Estados Unidos. Uma estudante da Alemanha esteve aqui e baseou sua tese de doutorado nos programas ambientais de Curitiba", conta.

Segundo ela, atualmente a procura é maior pelas cidades de fora do país. "Tivemos uma avalanche de visitas de missões de municípios e estados brasileiros no passado quando inovamos com a criação de programas como o Lixo que não é Lixo e o Câmbio Verde. Neste ano até recebemos um grupo do interior paulista, mas atualmente as delegações brasileiras são a minoria. A maioria dos visitantes vem de outros países", relata.

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