Porto Alegre – Mais de 50 mil famílias de pequenos produtores gaúchos e assentados da reforma agrária serão beneficiadas com a implantação do programa para a produção de biodiesel no Rio Grande do Sul. Hoje (26) foi assinado em Palmeira das Missões, no noroeste do estado, o primeiro memorando de intenções e plano de trabalho, entre a Petrobras e a Cooperativa Mista de Produção, Industrialização e Comercialização de Combustíveis do Brasil (Cooperbio).
Desenvolvido em parceria entre o governo federal e a Via Campesina, o programa prevê a implantação de um complexo industrial para a produção de até 120 milhões de biodiesel e álcool combustível a partir de oleaginosas plantadas na área. Segundo a Via Campesina, os estudos técnicos do projeto, há mais de um ano em andamento, envolvem a Petrobras, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, a Eletrosul, a Embrapa Clima Temperado, a Emater e o Instituto do Sol.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, ressaltou o trabalho dos agricultores familiares para instituir o programa "que vai promover o desenvolvimento de 63 municípios da região". Para o diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, "estamos construindo uma nova trajetória energética, introduzindo fontes renováveis de energia". Um comitê, com representantes da Petrobras e da Cooperbio, tem até 90 dias para elaborar o projeto.
Amanhã (27) a Petrobras assinará acordo em Bagé, no sul do estado, com a Cooperativa de Biocombustíveis da Região do Pampa Gaúcho (Biopampa). A estimativa é de que a produção, de até 60 milhões de litros de biocombustível por ano, comece até o início de 2008. Serão beneficiadas 20 mil famílias de agricultores de 43 municípios da região.