A retomada do Programa Nuclear Brasileiro é um erro tecnológico, na opinião de Marcelo Furtado, diretor de campanhas do Greenpeace. O diretor da organização não-governamental (ONG) considera que a energia nuclear é uma tecnologia cara e suja, capaz de gerar impactos nocivos à sociedade.

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Furtado argumenta que o Brasil é um país rico em potencial de energias renováveis, como a solar, a eólica ? a partir dos ventos ?, a biomassa ? produzida a partir de organismos biológicos ? e a hidrelétrica. "Não tem sentido fazer um investimento como esse numa tecnologia ultrapassada, extremamente insegura e que não é ambientalmente sustentável", afirmou.

A revisão do Programa Nuclear prevê investimento de US$ 13 bilhões até 2022 para a conclusão da usina Angra 3, além de outras duas unidades nucleares de grande porte e quatro de pequeno porte. Desde que foi iniciado, o programa consumiu R$ 600 milhões. A revisão do programa já está pronta e na mesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A informação foi dada segunda-feira (5) à Agência Brasil, pelo presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Oldair Gonçalves.

Marcelo Furtado acredita, ainda, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enxerga de forma muito clara as prioridades do Brasil e, por isso, espera que ele não assine a aprovação do programa. Segundo ele, a tendência mundial é a produção de energias renováveis. "O Brasil pode se destacar muito não apenas como gerador, mas também como exportador desse tipo de energia. Isso já vem acontecendo no caso dos biocombustíveis, que já estão sendo exportados pelo país", afirmou.

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