O país já conta com um parque industrial nuclear instalado e tem, em seu território, o urânio. "Nós já temos até a matéria-prima para o funcionamento das usinas nucleares, pois o urânio pode ser utilizado como combustíveis para as nossas centrais", argumenta Antônio Teixeira, professor do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) da Universidade de São Paulo (USP).

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Teixeira é um dos defensores da revisão do Programa Nuclear prevê investimento de US$ 13 bilhões até 2022 para a conclusão da usina Angra 3, além de outras duas unidades nucleares de grande porte e quatro de pequeno porte. A revisão do programa já está pronta e na mesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A informação foi dada segunda-feira (5) à Agência Brasil, pelo presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Oldair Gonçalves.

Outro defensor do programa é Aquilino Senra, professor de engenharia nuclear na pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Aquilino afirma que o governo federal já gastou US$ 750 milhões para a aquisição dos equipamentos que serão utilizados em Angra 3. Além disso, a cada ano que o programa deixa de ser implantado, há um prejuízo de US$20 milhões referentes à manutenção desses equipamentos.

"Esse projeto vem sendo empurrado com a barriga há várias gestões. Ele precisa funcionar porque vai consolidar o aproveitamento tecnológico no enriquecimento de urânio, que envolve conhecimentos acumulados principalmente na última década e o investimento já realizado nessa tecnologia na ordem de US$ 1 bilhão", concluiu ele.

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