Programa nacional de agentes ambientais utiliza experiências do ProVárzea

O Programa Nacional dos Agentes Ambientais Voluntários, criado em maio pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), se inspirou nas experiências desenvolvidas pelo Projeto Manejo dos Recursos Naturais da Vázea (ProVárzea/Ibama).

"Quando o ProVárzea foi concebido, um dos seus objetivos era testar metodologias de trabalho de agentes ambientais voluntários. Eles já existiam, mas ainda não estavam institucionalizados", contou Mauro Ruffino, coordenador do PróVárzea.

Desde 2001, o ProVárzea já treinou 273 agentes ambientais voluntários em 182 comunidades ribeirinhas de Parintins, Barreirinha e Nhamundá, no Amazonas, e de Santarém, Juriti e Óbidos, no Pará ? segundo dados de maio deste ano.

"Ao longo dos testes, fomos vendo que o Ibama sozinho não daria conta do programa. São muitos agentes e a instituição tem uma escassez de recursos humanos e recursos financeiros. Então constatamos a necessidades de fazer parcerias locais para garantir a sustentabilidade", avaliou Ruffino.

Para se tornar um agente ambiental voluntário cadastrado, é preciso ter mais de 18 anos, ser alfabetizado, passar pelo treinamento oferecido pelo Ibama e estar vinculado a algum órgão público local (como a prefeitura) ou a entidades da sociedade civil organizada.

Paulo Xavier é um dos agentes ambientais voluntários cadastrados no Ibama, treinado pelo ProVárzea. Ele é morador da comunidade Valéria, no município de Parintins. Na região, desde os anos 70, existe uma forte atuação comunitária em defesa dos lagos e contra a invasão de pescadores comerciais. Esse movimento deu origem ao Grupo Ambiental Natureza Viva (Granav), do qual Paulo é primeiro-secretário.

"Eu me tornei agente ambiental voluntário antes de ser cadastrado, em 1975, quando era professor rural e passava aos alunos as lições sobre a natureza. A gente se solidarizava com o pessoal que vigiava os lagos e que chegou a ser preso por isso", contou Xavier.

"O ProVárzea trouxe a possibilidade de fazer esse trabalho de forma legal, com reconhecimento". Quando nós começamos as ações, as comunidades estavam sendo ameaçadas com a falta de peixes, de animais. De lá pra cá, houve uma mudança muito grande.

Todos os lagos preservados por nós, por nossas idéias, estão de novo com muitos peixes. Os animais silvestres também voltaram a se multiplicar. Os comunitários estão acreditando que só organizados e preservando a natureza a gente vai ter força."

O ProVárzea/Ibama faz parte do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais Brasileiras (PPG7), coordenado pela Secretaria de Coordenação da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente (SCA/MMA) e financiado com verba da cooperação internacional.

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