Desde de sua implantação em outubro do ano passado até o mês de julho de 2004, cerca de 160 mil famílias foram atendidas pelo programa Fome Zero, totalizando o montante de R$ 10,2 milhões. Os números representam cerca de 80% da meta prevista para o final deste ano, que é o atendimento de 200 mil famílias.
O Bolsa-Família, programa de transferência de renda que deposita todos os meses o valor de R$ 75,00 na conta de cada família, é a frente mais conhecida do programa federal Fome Zero, mas a iniciativa não se restringe a isso. “Uma das diretrizes da ação é prover condições de geração de trabalho e renda para a população pobre. Não são ações isoladas de distribuição de alimentos. É um processo que envolve várias ações, e os números nem sempre traduzem a riqueza e o alcance deste trabalho”, esclarece o Secretário Estadual do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Padre Roque Zimmermann.
Atualmente, cerca de 12.000 cestas básicas estão sendo distribuídas diariamente para famílias acampadas ao longo das estradas em caráter emergencial e por tempo determinado. Isto é feito em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária ? INCRA, responsável pelas medidas de reforma agrária no Estado. “Os beneficiados são trabalhadores rurais sem terra que encontram nos acampamentos uma estratégia de sobrevivência. São pessoas com raízes profundas na terra e que lutam pelo seu direito ao trabalho e não podem ser considerados nômades, como às vezes acontece”, ressalta Zélia Passos, coordenadora do Fome Zero no Paraná.
Outra ação do programa é a Compra Direta de Alimentos, realizada em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento ? CONAB. “Hoje são cerca de 2 mil produtores familiares num valor de R$ 5 milhões”, conta a coordenadora. Mais um projeto que faz parte do Fome Zero e já está em desenvolvimento é a implantação de cozinhas e hortas comunitárias como alternativa a geração de renda e combate à fome.
“Até o fim de novembro estaremos informando as entidades que se cadastraram para participar sobre o resultado. O papel do Fome Zero é equipar a instituição proponente com conjuntos de aparelhos necessários para a formação de uma cozinha ou horta. O gerenciamento é por conta do solicitante”, explica Zélia Passos.
