Programa estimula ovinocultura de corte

Não tão conhecida como a carne bovina, a carne de ovinos – especialmente a de cordeiro – está agradando paladares mais exigentes e ganhando espaço. Apostando nesse mercado, a Emater-PR (Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural) vem trabalhando, juntamente com a iniciativa privada, no sentido de produzir no Estado uma carne nobre e padronizada.

?O grande desafio, inclusive nacional, é conjugar toda a cadeia produtiva, principalmente em se tratando de ovinos e caprinos?, afirmou o médico veterinário Cezar Amin Pasqualin, responsável pelo ?Programa paranaense da estruturação das cadeias produtivas de ovinos e caprinos?, pela Emater. Segundo Pasqualin, uma das grandes dificuldades é a falta de regularidade na produção. Sem a disponibilidade do produto no mercado, o consumidor não mantém o hábito de consumo.

?Tem que haver regularidade na oferta e orientação para que o consumidor não cometa erros na hora do preparo da carne?, ponderou Pasqualin. De acordo com o médico veterinário, a Emater, por muito tempo, atuava apenas ?da porteira para dentro? da propriedade rural. ?A tradição da Emater não era a de atuar na parte de mercado e gourmet, mas se tratam de dois elos indispensáveis que devem ser trabalhados?, destacou.

?Sabor extraordinário?

Diferentemente da carne de carneiro – que normalmente é abatido depois dos dois anos de idade e tem um sabor mais acentuado -, a de cordeiro ?tem um sabor extraordinário?, garantiu Pasqualin. ?O cordeiro é abatido com 120 a 150 dias, o que garante uma textura de carne inigualável?, comentou. A qualidade superior confere também um preço maior do produto. O quilo da carcaça do cordeiro, segundo Pasqualin, pode variar entre R$ 8,00 e R$ 9,00, enquanto para o consumidor custa entre R$ 12,00 e R$ 14,00, dependendo o corte. Já o quilo do carneiro custa cerca de R$ 4,00 para o consumidor final.

De acordo com Pasqualin, a idéia é orientar os produtores de ovinos para um novo modelo de produção e padrão, em que devem ser observados o manejo sanitário perfeito, o escalonamento de produção -para que não haja safra nem entressafra acentuadas -, estabelecimento de um pacto de cooperação entre os produtores e que cada produtor se responsabilize pela qualidade da carne produzida.

?Iniciamos esta proposta há cerca de três anos e estamos falando com os produtores para divulgar esta nova linguagem. Temos que sair do anonimato, passar a vender animais com nome, procedência. Para o consumidor, haverá a segurança de adquirir um produto com origem conhecida, dentro do padrão higiênico-sanitário exigido?, afirmou.

No Paraná, há cerca de 30 mil criadores de ovinos e um rebanho de quase 500 mil cabeças, que estão espalhadas na Grande Curitiba, região dos Campos Gerais, região Central (Guarapuava) e Sudoeste. ?Há uma dispersão grande dos produtores, o que gera dificuldades na hora de comercializar, inviabiliza o frete e não mantém o canal permanente de vendas?, explicou. Nesse sentido, a idéia é criar uma aliança mercadológica, a exemplo do que já existe na cadeia bovina.

Para garantir o mercado consumidor, a Emater realizou convênios com a iniciativa privada, entre elas a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), que vem trabalhando no sentido de difundir o cordeiro nos cardápios dos restaurantes.

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