Os 3 mil índios das aldeias kaingang de Nova Laranjeiras e Espigão Alto do Iguaçu estão vivendo melhor desde que aderiram ao programa ?Artesanato que Alimenta?, mantido pelo Provopar Ação Social, com o apoio do Grupo Sonae (Big e Mercadorama). A avaliação é do pedagogo Florêncio Fernandes, funcionário da Funai ? Fundação Nacional do Índio, e filho do cacique Silvio, responsável pelas trigos kaingangs da região.
?A troca de alimentos por peças de artesanato está mantendo o índio na aldeia, evitando sua ida a cidade, onde muitas vezes se envolvia em confusão. Na maioria dos casos, não tínhamos como socorrer esses índios por absoluta falta de estrutura ? carro ou dinheiro?, afirma Florêncio, que se mostra satisfeito com os resultados alcançados até agora pela atuação do Provopar.
Segundo ele, muitos índios se deslocavam até Cascavel ou mesmo Foz do Iguaçu para vender as peças de artesanato. Alguns usavam as crianças indígenas, tirando-as da escola e do convívio familiar, para poder aumentar as vendas. ?E, o pior de tudo, no final do dia, o dinheiro do artesanato, em muitos casos, era usado para a compra de bebida alcoólica?, acrescentou.
Florêncio Fernandez afirma que outro aspecto positivo do programa desenvolvido pelo Provopar é o incentivo a produção artesanal, que por sua vez promove a preservação da cultura indígena. ?Desanimadas por verem o fruto de seu trabalho trocado por bebida, mulheres e crianças tinham deixado de lado o artesanato. Agora, com a troca sendo feita na própria aldeia, muitos voltaram a produzir. Isso é importante para a preservação de nossa cultura, que tem no artesanato uma de suas bases?.
