O Paraná é hoje o segundo produtor brasileiro de açúcar e a previsão da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcopar) para 2004 é de colher 28 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, que serão transformadas em 1,1 bilhão de litros de álcool e 1,8 milhão de toneladas de açúcar.

Segundo o presidente da Alcopar, Anísio Tormena, “quando acrescentarmos 150 mil hectares na área de produção de cana-de-açúcar, nós teremos cerca de 3% da área agricultável do Estado destinada à cultura. O setor já gera cerca de 75 mil empregos diretos e poderemos gerar mais 16 mil empregos a partir da implantação do programa de expansão proposto pelo Governo do Estado”. Além disso, a Associação calcula exportar 200 milhões de litros de álcool industrial para a Comunidade Européia e países de Ásia.

O produtor ressalta que a intervenção do governador Roberto Requião foi fundamental para o interesse do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pelos projetos do setor. “Nós devemos o bom relacionamento junto ao BNDES ao prestígio do governador com o presidente do banco, Carlos Lessa. O BNDES tem grande interesse em investir no Paraná sobretudo no nosso setor, que inspira confiança e tem retorno garantido”, disse.

Para o vice-presidente da Alcopar, Sidney Meneguetti, a expansão do setor não pode esperar. Ele lembra que muitos países estão colocando em prática as ações debatidas no estabelecimento do Protocolo de Kyoto ? que prevê adoção de medidas para redução de gases poluentes ? o que aumenta a demanda internacional pelo álcool para ser misturado com gasolina ou outros derivados do petróleo.

“Nós temos que aproveitar esta expectativa de aumento da demanda. O Japão já autorizou a mistura de 3% do álcool na gasolina ? o que representa, na prática, mercado adicional de 3 bilhões de litros ? e existe a perspectiva desta demanda dobrar nos próximos anos, na medida em que eles aumentarem a adição”, esclareceu.

De acordo com Meneguetti, a mistura naquele país pode chegar até 10% de adição de álcool nos próximos anos. “O Brasil pode participar desta mudança e o Paraná é privilegiado”, avaliou. Meneguetti lembra que o Estado produz 1 bilhão de litros do combustível atualmente e pode dobrar sua produção com o programa de expansão. “Se deixarmos para fazer esta expansão depois, outros Estados ou países podem já ter ocupado o lugar que poderia ser do Paraná”, salientou.

Fundador e presidente da Alcopar por dez anos, Ricardo Rezende explica que o Brasil tem o menor custo de produção e o Paraná tem o menor custo do país em razão da produtividade do Estado ser favorecida pelas chuvas e tecnologia já implantada pelos produtores. “Nós não dependemos da importação de sementes, por exemplo, porque a semente que utilizamos vem de convênio entre os produtores e a Universidade Federal do Paraná. Não existe nada importado no setor, o que nos orgulha”, ressaltou o presidente do Grupo Sabaralcool, segundo maior exportador do Estado.

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