O projeto
estimula o desenvolvimento das comunidades por meio de capacitação de moradores
e de estímulo ao empreendedorismo. ?Os moradores participam das oficinas em que
aprendem algum ofício, e depois trabalham o que aprenderam, vendendo sua
produção e gerindo as cooperativas que se formam entre os participantes? explica
o chefe do Escritório Regional da Secretaria do Trabalho em Jacarezinho, Sidnei
Ferreira.
Sidnei explica que muitas pessoas estão montando ONG?s e
cooperativas depois de passar pelas oficinas, além de pensar em montar seu
próprio negócio. ?Os moradores que participam das oficinas começam a enxergar
chances de um empreendimento próprio. Daí eles procuram a Agência do Trabalhador
para obter financiamento através do Banco Social e fazer da idéia uma
realidade?, afirma Sidnei Ferreira.
O ?Bairro Que Faz? funciona em seis
regiões distribuídas pela cidade. Atualmente são dezoito instrutores que
ministram os cursos. Outro foco do Programa é a capacitação de quinhentos
professores da rede pública de ensino, chamada de ?pedagogia empreendedora?. ?As
escolas nos ensinam a aprender um ofício e a trabalhar para uma empresa. O que
queremos é mostrar para as crianças que elas também podem montar o seu próprio
negócio?, diz o responsável pelo escritório do Sebrae em Jacarezinho, Odemir
Capello.
A ex-dona-de-casa Antônia de Fátima Ferreira é uma instrutora na
oficina da região do Dom Pedro Filipak. Ela conta que fazia crochê em casa para
vender aos conhecidos e vizinhos. Quando o programa foi implantado na cidade, o
Sebrae convidou a comunidade para participar de um curso gratuito de
qualificação, que oferecia também um local para trabalhar e vender seus
produtos.
Dona Antônia se interessou pelo curso de artesanato com tear.
?Sempre via o tear e tinha vontade de trabalhar com ele. Quando surgiu essa
oportunidade me interessei e comecei a participar?. Hoje, além de produzir peças
para venda, Antônia também recebe R$ 300 para cada turma treinada. Com a renda,
dona Antônia ajuda a criar dois filhos, um de 21 e outro de 16 anos, além de
fazer amizade com as pessoas que trabalham na oficina.
Financiamento
O
Banco Social de Jacarezinho funciona desde 2001 e já realizou 120 operações de
crédito, que totalizam R$ 290.800,00. Os valores do empréstimo podem variar
entre R$ 300, para pessoas físicas, e R$ 5 mil, para pessoa jurídica, seja para
empreendimentos formais ou informais. Os interessados no financiamento do Banco
Social não podem ter renda superior à R$ 18 mil por mês e devem estar no ramo de
atividade por, pelo menos, 6 meses.