Como resultado das mobilizações do 18 de maio ? Dia de Combate à Exploração Sexual da Criança e do Adolescente, aconteceu nesta quarta-feira (25/5) um encontro para educadores da rede pública de ensino, para discutir o problema. O objetivo foi ?levar a temática do combate à Exploração Sexual para dentro das salas de aula, já que o professor muitas vezes é o primeiro a detectar sintomas de que a criança está sofrendo abuso?, diz a coordenadora Estadual da Comissão de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes ? da Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Lenir Mainardes.
O encontro aconteceu no Colégio Estadual Rio Branco e contou com a presença de professores de Curitiba e Região Metropolitana, representantes do Conselho Tutelar, coordenadores das Secretarias Estaduais do Trabalho, Educação, Saúde e a palestrante Luci Yara Pfeiffer Miranda, médica da Sociedade Paranaense de Pediatria do Paraná, que falou sobre o papel da escola no diagnóstico e acompanhamento da criança e adolescente que sofreram abuso sexual.
É importante debater o assunto, pois o Paraná é o segundo Estado brasileiro que mais registra casos de violência infantil, segundo dados do Sistema de Informações para a Criança e Adolescente (Sipia). Nesse contexto, o professor tem papel fundamental. Convivendo grande parte do tempo com a criança pode verificar mudanças de comportamento, como queda no rendimento escolar ou interesse súbito sobre sexo, diagnosticando possíveis sintomas de abuso.
Mas a participação do professor não acaba aí: ele pode ainda denunciar a violência, que em 47,2%, dos casos acontecem dentro de casa, tendo o pai como agressor em 24,6% e a mãe em 22,6% (dados da Secretaria do Trabalho).
Sentinela
Para combater esse tipo de violência a Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social monitora no Paraná o programa ?Sentinela?, do Governo Federal. Esse programa atende vítimas de violência sexual buscando sempre a reestruturação familiar e a reinserção da criança na sociedade.
Há outras experiências de sucesso no Paraná, como a Rede de Proteção à Criança, da Prefeitura de Curitiba e o Programa ?Acordar? de Foz do Iguaçu, que através de parcerias oferece atividades culturais, acompanhamento terapêutico para as vítimas e suas famílias, atendimento de saúde e oficinas profissionalizantes para jovens e adultos, facilitando o ingresso no mercado de trabalho.
Iniciativas como a da Organização Não-Governamental (ONG) Ciranda, que possui uma Campanha de Comunicação de combate à Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes na Tríplice Fronteira, são fundamentais para a erradicação dessa prática. Padre Roque Zimmermann enfatiza a importância de se cuidar bem dos jovens para só assim esperar um futuro mais promissor.