Programa contra aids tem ampla aprovação nas escolas

Depois das críticas recebidas em 2003, quando foi criado, o programa que prevê ações de prevenção de DST-Aids nas escolas caiu nas graças de estudantes, professores e pais. Pesquisa feita pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) entre maio e julho de 2005 mostra que o projeto, batizado de Saúde e Prevenção Nas Escolas (SPE), recebeu a adesão de 51,3% dos pais convidados. Além de uma boa participação, as propostas do projeto foram bem aceitas, incluindo a distribuição de preservativos para estudantes. Dos pais entrevistados, 63% elogiaram a iniciativa. Entre alunos, a porcentagem foi maior: 89,5%. Professores também se mostraram entusiasmados: 57,8% consideraram a idéia importante.

A pesquisa mostrou ainda grande diferença entre o nível de informação oferecido aos estudantes, quando se comparou escolas que participaram do SPE e escolas de um grupo controle. Das escolas com SPE, 73,7% desenvolveram discussões e orientações sobre educação sexual. No grupo controle, essa porcentagem foi menor: 53,7% das escolas.

Os números foram comemorados pelo ministro da Saúde, Agenor Álvares, e pelo secretário do Ministério da Educação Ricardo Henriques. O trabalho da Unesco servirá, agora, para nortear projetos de ampliação do SPE. ?Não existe unanimidade. Não temos de capitular diante de reações contrárias?, afirmou o ministro ontem, depois da apresentação da pesquisa. ?Não temos vergonha de recuar desde que nos mostrem argumentos contrários fortes?, afirmou, sem especificar o que o governo estaria disposto a ceder.

O ministro garantiu, porém, que não há no momento nenhuma intenção de se rever o projeto de máquinas de camisinhas nas escolas, lançado há menos de dois meses. O projeto envolve também um concurso voltado às Escolas Técnicas, para que elas desenvolvam uma máquina específica para a venda de preservativos por R$ 0,25. A idéia provocou reação contrária de algumas pessoas. ?A distribuição de camisinhas, a venda, não é a vanguarda do programa. O mais importante é a divulgação de informações de prevenção de DST-Aids?, afirmou o ministro.

A pesquisa da Unesco demonstrou, porém, que ainda é preciso dar ênfase a alguns pontos do programa. Como a maior capacitação de professores, a oferta de material educativo e o esforço para maior envolvimento de pais nas atividades.

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