Profissionais que não têm folga no fim de ano

Ao contrário do que muitos pensam, trabalhar durante o Natal e o ano novo podem não ser tão desanimador assim. Setores como de hotéis, hospitais e Corpo de Bombeiros são exemplos de ramos de trabalho que não param nessas ocasiões.

Para o cirurgião cardiovascular Luiz Fernando Kubrusly, que trabalha no Hospital Vita Batel, em Curitiba, a própria profissão já exige a dedicação do profissional nessas datas especiais. “A Medicina nos envolve de tal forma que acabamos esquecendo desses dias. Estou há 29 anos na área e, em todo esse período, não folguei em nenhum ano. Sempre passei o Natal ou o Ano Novo trabalhando”, conta o médico.

A satisfação em atender aqueles que precisam é o que impulsiona o médico no trabalho. “Temos um retorno espiritual incrível quando visitamos pacientes nesses dias. Alguns deles são muito carentes. Ver a felicidade e o sorriso em seus rostos quando entramos em seus quartos é incrível”, continua.

No ramo hoteleiro, a atenção com clientes hospedados nessas duas datas é essencial. “Temos que lembrar que é um dia comum de trabalho. Damos acolhimento para aqueles hospedes que estão na mesma situação que nós, longe de suas famílias. Uma boa conversa de corredor nesses dias é essencial. Fazemos o papel dos familiares deles”, diz a gerente-geral do Hotel Deville na capital, Ana Paula Barddal.
Com dez anos de carreira, trabalhar no Natal não é mais problema para o chefe de cozinha do hotel, Gildo Alves. “No começo da minha carreira foi difícil para a minha família entender que eu ficaria de fora da festa por causa do trabalho”, conta o chefe.

Para o recepcionista Ricardo Vieira, escalado para trabalhar na noite de Natal, a família deve entender a situação do trabalho. “Os parentes reclamam um pouco, mas eles precisam saber que é nosso trabalho, faz parte das nossas obrigações trabalhar em datas como o Natal e ano novo”, conta.

Incidentes

Com o consumo de bebidas alcoólicas nas festas de final de ano, o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) do Corpo de Bombeiros de Curitiba não folga nas festas de fim de ano. “Os acidentes aumentam consideravelmente. Trabalhar nesses dias é algo que faz parte do nosso cotidiano, sabemos que a população precisa do nosso trabalho. Quanto à família, temos a equipe do Corpo de Bombeiros como uma segunda família”, conta o major sub-comandante do Corpo de Bombeiros de Curitiba, Ricardo Silva.

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