Professores universitários e governo terão nova reunião na quarta-feira

O comando nacional de greve dos professores de universidades federais tem até esta terça-feira para consultar as seções sindicais sobre a nova proposta apresentada na sexta-feira (21) pelo Ministério da Educação. A greve dura mais de 50 dias e atinge 37 instituições federais de ensino superior, segundo o Sindicato Nacional dos Docentes (Andes). Na quarta-feira (26), governo e grevistas terão outra reunião para discutir as reivindicações.

O secretário-executivo adjunto do ministério, Ronaldo Teixeira, destacou as alterações apresentadas na nova proposta, entre elas a criação de um grupo de trabalho que definirá os critérios para a reestruturação da carreira. E avaliou que as reinvicações dos professores estão "acima da disponibilidade orçamentária" do ministério. A primeira proposta, rejeitada pelos docentes, foi apresentada no dia 14. E a nova, segundo Marina Barbosa, presidente do Sindicato, traz "somente pequenas alterações percentuais".

Teixeira também lembrou que a proposta prevê aumentos percentuais dos pontos da Gratificação de Estímulo à Docência (GED), "para que nenhum professor tenha prejuízo em relação ao índice flacionário do período". E a criação da classe do professor associado, em que "abrimos mais um nível para a progressão qualificada da carreira".

Já a presidente do Sindicato contestou dos dados apresentado pelo ministério, de que a contraproposta apresentada pelos professores representaria um desembolso anual de R$ 1,3 bilhão. "Nossa proposta custa R$ 473,1 milhões, para incluir os 18% no vencimento do magistério superior de primeiro e segundo grau, a equiparação da GED e a Gratificação Específica de Atividade Docente (Gead). Além disso, a gente teria que acoplar o início dos gastos com a classe de professor associado e de professor especial, o que somaria aproximadamente R$ 190 milhões", afirmou Marina Barbosa.

Ronaldo Teixeira argumentou que a proposta do Ministério da Educação "passa a vigorar em 2006, enquanto a do sindicato considera especialmente o ano de 2005". E completou: "Mesmo assim, são números muito distantes das possibilidades de que dispomos hoje".

As principais reivindicações dos professores universitários são: paridade entre os salários dos docentes da ativa, aposentados e pensionistas; recuperação do poder aquisitivo diante da perda inflacionária; extinção das gratificações, que seriam incorporadas para efetivar o fortalecimento do vencimento básico; e fim das remunerações por critérios produtivistas.

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