Professores podem entrar em greve contra demissões na PUC-SP

Os professores da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) estudam a possibilidade de entrar em greve contra a demissão de quase 30% do corpo docente da universidade. O indicativo de paralisação foi aprovado hoje (20) à tarde, numa assembléia dos professores. O assunto será discutido nas próximas semanas com alunos e funcionários e a decisão final será tomada até o dia 9 de março.

A PUC-SP vive a pior crise de sua história. Diante de um déficit mensal de R$ 4 milhões, ofereceu aos professores um programa de demissão voluntária. Como o número ficou abaixo do necessário, a universidade sofreu uma intervenção da Arquidiocese de São Paulo – à qual está ligada a Fundação São Paulo, mantenedora da instituição -, que cortou mais professores Ao todo, foram demitidos 472.

Os professores também decidiram que vão exigir da reitora, Maura Véras, e do Conselho Universitário um posicionamento público contrário à intervenção da Arquidiocese. E que vão encaminhar aos departamentos de ensino documentos em que avisam que nenhum professor irá assumir as aulas dos demitidos.

Outra forma de tentar superar a crise foi o parcelamento dos salários, que ocorreu pelo segundo mês. Professores e funcionários ainda não receberam a segunda parcela do salário de janeiro. Todos, independentemente da faixa salarial, haviam recebido apenas R$ 1.100 no dia 6 e acreditavam que o restante seria depositado hoje. A universidade agora espera conseguir completar os salários até sexta-feira.

No fim de semana, começaram a circular por São Paulo listas de abaixo-assinado contra a intervenção. Entre as personalidades que já se manifestaram contrárias às demissões estão os senadores Aloizio Mercadante e Eduardo Suplicy (ambos do PT-SP), o sociólogo Francisco de Oliveira, a ex-primeira-dama da República Ruth Cardoso, os filósofos Leandro Konder e Marilena Chauí e o economista Plínio de Arruda Sampaio.

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