Professores do CNAM destacam análise da demanda ergonômica

Vinte e cinco profissionais de ergonomia do Sesi e do Senai Paraná participaram, na última quinta-feira (02), no Cietep, de um curso exclusivo ministrado pelos professores Tahar Hakim Benchckurn, do Conservatoire National des Arts et Métiers (CNAM), e José Orlando Gomes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador de ações de formação em ergonomia do CNAM no Brasil. Durante o curso, Hakim e Gomes abordaram questões de ergonomia com estudos de casos reais. Reconhecidos internacionalmente como autoridades em ergonomia ? área que trata da qualidade de vida no ambiente de trabalho, através de estudos para a redução de riscos que podem levar o trabalhador a desenvolver doenças ocupacionais, os professores destacaram a importância de promover uma análise preliminar mais aprofundada da demanda ergonômica a fim de facilitar o diagnóstico e o tratamento dos problemas identificados em uma empresa.

Para o médico do trabalho do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Ricardo Del Segue Villas Boas, a metodologia defendida pelos professores do CNAM gera uma maior eficácia às intervenções ergonômicas. ?A abordagem da escola francesa é bastante diferenciada da nossa. Eles dão uma importância maior à fase inicial (apreciação e análise bem estudada). Quando há uma dedicação maior ao estudo, consequentemente, pode-se tratar o problema de uma forma mais transparente e fácil de chegar a uma conclusão?, considerou Villas Boas. Segundo ele, no Brasil não é habitual promover um estudo detalhado da demanda ergonômica.

De acordo com a consultora em gestão social do Sesi Paraná, Maria do Rocio Marinho Buczek, o desafio do Sistema Fiep será mudar a cultura existente hoje nas indústrias paranaenses. ?É um novo olhar da ergonomia que as nossas indústrias ainda não têm. A grande mudança será conscientizar nossos dirigentes a entenderem o que é uma análise ergonômica e os benefiícios que podem trazer. Não será uma mudança imediata. Levará pelo menos 10 anos?, projetou Maria do Rocio.

Segundo ela o trabalho começa com a capacitação dos profissionais do Sistema Fiep. ?Para que realmente entendam a metodologia européia e adaptem à nossa realidade. Por meio desta nova metodologia, o ergonomista tem uma visão mais ampla da empresa. Ele percebe outros fatores que podem ajudar uma empresa a crescer?, observou a consultora de gestão social do Sesi Paraná.

Além do curso, que foi ministrado durante o 14.º Congresso Brasileiro de Ergonomia (Abergo 2006) ? evento que foi realizado de 29 de outubro a 2 de novembro, no Cietep, o Sistema Fiep e o CNAM também alinharam futuras ações de ergonomia envolvendo as duas instituições. Por meio de um termo de cooperação, as entidades desenvolvem desde 2002 ações de capacitação das equipes do Senai e do Sesi em ergonomia.

?Fizemos o planejamento a partir de março de 2007, que também envolverá o público externo. Teremos um novo programa abordando as questões de ergonomia como ferramenta para elevar a competitividade das empresas, com foco em aspectos de saúde, segurança, meio ambiente e produtividade?, explicou Amílcar Badotti Garcia, coordenador de Alianças Estratégicas e Projetos Especiais do Senai.

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