O presidente da APP-Sindicato, José Lemos, fala que alguns professores estão até desistindo de dar aula e indo procurar outra atividade. O sindicato já conversou com a Secretária Estadual de Educação e da Fazenda e até com a equipe de transição, mas não obteve nenhuma resposta concreta.
A professora Deise Reinert é um exemplo da situação pela qual muitos colegas estão passando. Diz que no começo da semana não tinha vale transporte e nem dinheiro para colocar gasolina no carro e ir para a escola. A saída foi emprestar de um agiota. ?Daqui a pouco o empréstimo vai vencer e não tenho como pagar. Mas não é só isto, as contas em lojas já começaram a vencer. ?Eles me ligam, eu digo que sou professora, que não estou recebendo e que não tenho previsão de pagar o que devo?, diz. Ela só não pára de dar aula pois tem medo de perder o direito de receber pelo que já trabalhou. Se até segunda-feira a situação não for resolvida promete ir até a Secretária de Educação fazer um protesto.
De acordo com José Lemos para pagar estes professores poderia ser usado o dinheiro do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (FUNDEF). Lemos afirma que há 48 milhões no fundo. Para quitar os salários atrasados seriam necessários R$ 1,4 milhão e para proporcionar a subida de nível, mais R$ 892 mil. No sábado a APP realiza uma assembléia estadual para definir os próximos passos.
Vale saber
Em contra partida o governo libera a partir de hoje R$ 4 milhões para o pagamento da segunda e última parcela do programa Vale Saber, que está beneficiando 14 mil professores este ano. No total, cada docente recebeu R$ 600 para desenvolver pesquisas aplicadas no aprimoramento didático. Treze mil professores estatutários terão o valor depositado hoje mesmo. Os outros, contratados por regime de CLT, recebem até a próxima sexta-feira.
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