Professor, uma profissão monástica

Como descrever alguém que se dedica a uma profissão cuja remuneração via de regra está aquém da capacitação e do esforço necessários para exercê-la? Ou ainda se doa em muitas horas de esforço não remunerado para responder às demandas geradas, abdicando do convívio com familiares e amigos? Que tem como único estímulo a fé no resultado de seu esforço, mesmo quando o panorama parece absolutamente desalentador?

Não apenas os monges, em sua reclusão contemplativa e silenciosas ações beneméritas, se encaixam no perfil acima descrito. Em nosso país, onde o tema Educação é sempre colocado em segundo plano, enquanto questões cuja importância beira a fugacidade de um objeto de consumo ou de um prazer rapidamente saciado, acreditar e fazer educação constituem em um sacerdócio, opção profissional capaz de gerar os maiores prazeres etéreos, como a primeira leitura de um aluno, e inigualáveis frustrações físicas, que se reforçam toda vez que há carência de materiais didáticos, infra-estrutura precária, alunos desestimulados pelo excesso ou ausência de recursos financeiros, etc.

Assim permanece o professor brasileiro, em um ponto próximo ao do frade que, em um humilde exercício de fé, compartilha o que tem, com quem deseje receber ou não. Na escuridão da ausência de perspectivas, na falta absoluta de tudo e de todos, o professor por vocação encontra a luz que não apenas clarifica e norteia o seu espírito, mas também o torna capaz de conduzir outros para um caminho menos tortuoso e íngreme. Parabéns a todos os professores.

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