Produtores tentam evitar que Brasil ratifique acordo antitabaco

Produtores de fumo começam na próxima semana uma série de articulações políticas no Congresso para evitar que os senadores aprovem a Convenção-Quadro para o Combate ao Tabaco, proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em linhas gerais, o acordo prevê a redução paulatina da indústria fumageira até a sua completa extinção, mas não prevê prazos. As primeiras articulações serão feitas na quarta-feira, durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado.

As lavouras de fumo – que ocuparam 411 mil hectares só no Sul do País na safra 2002/03 – devem, pela proposta da OMS, passar por um processo de conversão, ou seja, substituição. “Só se produz fumo em pequenas fazendas, com média de 2,7 hectares. Não é possível plantar milho, soja ou algodão em áreas tão pequenas”, explicou o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afulbra), Hainsi Gralow. Ao pedir um amplo debate entre governo e iniciativa privada antes da assinatura do acordo ele lembrou que as lavouras de fumo empregam 900 mil pessoas no País.

Para entrar em vigor, o acordo, já aprovado pela Câmara dos Deputados, precisa ser ratificado pelo Brasil e outros 39 países. No total, governos de 89 países-membros da OMS assinaram o documento, mas, até agora só 25 países o ratificaram. Desses 25, o único que tem produção significativa de fumo é a Índia, informou o representante da Afulbra.

Por se tratar de um acordo internacional, a aprovação na Comissão de Relações Exteriores do Senado leva o texto para votação em plenário. Uma vez aprovado, ele está ratificado.

O delegado federal de Agricultura do Rio Grande do Sul, Francisco Signor, criticou o fato da Convenção-Quadro ter sido aprovada pelo voto das lideranças partidárias na Câmara. “Não houve debate”, reclamou.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo