Produtores insistem no fim da taxa dos EUA para etanol

O presidente na União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica), Eduardo Pereira de Carvalho, afirmou hoje, na sede da Petrobras, em Guarulhos, que é fundamental acabar com a sobretaxa imposta pelos EUA ao etanol brasileiro. Ao comentar o memorando assinado na manhã de hoje que fixa as bases da colaboração entre os dois países na área de biocombustível, Carvalho destacou: "essa taxação não tem sentido, tem que existir vontade política para mudar o quadro e acho que a discussão deste tema já é uma vitória para o setor".

Na tenda montada no pátio da Petrobras em Guarulhos, onde ocorrerá logo mais o encontro dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva e dos EUA, George W. Bush, o presidente da Unica disse também que Lula deverá levar a reivindicação do setor de derrubada das tarifas do etanol ao chefe de Estado norte-americano. Ele citou que, sem a derrubada dessas tarifas, os EUA não alcançarão a meta de ampliar a participação dos combustíveis alternativos em seu mercado.

Também presente ao evento, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogério Golfarb, destacou que a indústria automobilística brasileira está muito bem preparada para encarar os desafios de ampliação da diversidade de combustíveis. Ele destacou que a previsão é de que, em 2013, 50% da frota brasileira seja composta por veículos bicombustíveis. "Dos 30 milhões de automóveis previstos para 2013, 15 milhões serão bicombustíveis".

Golfarb destacou, também, que a visita do presidente Bush, aliada à meta norte-americana de reduzir 20% de utilização de gasolina nos próximos 10 anos, deverá definir a demanda futura para o etanol no mundo. "O Brasil inicia este processo na liderança e precisamos continuar líderes nesse segmento", afirmou.

O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que também participa do evento, disse esperar que haja sinalização dos EUA com relação à extinção das sobretaxas impostas ao etanol brasileiro. "Esta é uma tarifa proibitiva e politicamente deve haver um sinal claro de seu fim", defendeu.

Rodrigues disse que encaminhou ao governo uma proposta para que as tarifas impostas pelos norte-americanos sejam transformadas em aplicações na área de pesquisa no próprio Brasil. "Eu propus que as tarifas retornem ao Brasil para investimentos na área de ciência e tecnologia do etanol. Esse processo seria adotado até a extinção total das taxas". Segundo ele, os produtores de milho norte-americanos não deveriam ficar tão preocupados com a entrada do etanol brasileiro no seu mercado. "Não temos etanol suficiente, neste momento, para invadir o mercado dos EUA", afirmou.

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