O Paraná deve reduzir em 7,3% a área de plantio de milho na safra 2004/05. A informação é do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura. A previsão inicial, que era de 1,28 milhão de hectares, passou para 1,25 milhão. “Caso confirmado, esta será a menor área cultivada com milho na safra normal numa série histórica de 30 anos”, avalia a engenheira agrônoma Vera Zardo.

A primeira estimativa de plantio para a safra paranaense foi realizada pelo Deral no mês de julho e apontou uma perspectiva de queda na área de 4,3%. Desde então foram feitas novas avaliações e o percentual de 7,3% pode ser considerado acima da expectativa.
Vera Zardo explicou que a decisão do produtor de optar por soja deve-se à maior estabilidade da cadeia e do mercado, maiores facilidades para entrega e comercialização do produto e, principalmente, a liquidez constante. “Mesmo com as perspectivas do mercado internacional de milho no médio e no curto prazo serem melhores que os preços da soja, a área cultivada com a oleaginosa no Paraná será recorde novamente, atingindo 4,095 milhões de hectares, com previsão de produção de 12,44 milhões de toneladas”, estima a técnica do Deral.

De acordo com a agrônoma, devido ao aumento no custo de produção, estimado em 17%, e pela falta de garantia na comercialização, como uma venda antecipada que assegure uma remuneração sobre o custo de produção, o produtor sente-se inseguro em apostar no plantio de milho. “Novamente o produtor irá garantir a liquidez com a soja e optar por milho na segunda safra”.

Considerando condições normais de clima a produção estimada é de 7,06 milhões de toneladas, 8% inferior à colheita da safra passada, quando foram colhidas 7,66 milhões de toneladas.

Aproximadamente 30% das lavouras foram semeadas. Segundo a Secretaria da Agricultura, o plantio já está atrasado, pois em condições normais este percentual estaria variando entre 35% a 40%. Mesmo assim percebe-se que os produtores estão arriscando a plantar as lavouras num clima mais seco, principalmente os que possuem uma área maior, evitando assim o acumulo nos trabalhos no mês de outubro, quando inicia-se o plantio da soja.

As chuvas ocorridas nos últimos dias foram mal distribuídas e de pouca intensidade, portanto, insuficientes para a resolver o problema de escassez.

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