Produtores desobedecem a Justiça e mantêm bloqueios a trens

Os agricultores paranaenses não desistiram dos protestos iniciados domingo e hoje (10) voltaram a bloquear mais trechos da ferrovia gerenciada pela América Latina Logística (ALL), apesar de decisões judiciais que determinaram a desobstrução. Os agricultores também conseguiram o apoio de caminhoneiros, que fecharam a PR-323, nas proximidades de Umuarama, no noroeste do Paraná.

Em Maringá, no noroeste, os agricultores deixaram um trecho da ferrovia em função da decisão judicial, mas outro foi fechado. Para este também houve reintegração de posse, mas até a tarde de hoje não tinha sido desobstruída. Em Marialva, igualmente no noroeste, a ordem judicial também não estava sendo cumprida. Em Rolândia, no norte, a ferrovia foi liberada por volta das 7 horas da manhã. Mas, no mesmo instante, em Cambé, a cerca de 7 quilômetros, um grupo interditou outro trecho.

"O trem chegou tentando romper o bloqueio, mas os agricultores não deixaram", afirmou o presidente do Sindicato Rural de Cambé, João Antonio Menolli. Sobre os trilhos estão caminhões, tratores e colheitadeiras. "As autoridades têm que se sensibilizar de que os agricultores não estão brincando", disse. Entre vários itens, eles reivindicam políticas agrícola e cambial mais favoráveis aos agricultores, além de prorrogação das dívidas em prazo superior a um ano.

Em razão do bloqueio, os pátios da ALL na região norte do Estado estavam lotados. Segundo a empresa, a obstrução também ocasionou a parada de uma composição com 90 vagões em Cambé e outra, com 75 vagões, em Maringá. Nesta época do ano, são transportados entre 18 e 28 mil toneladas por dia naquela região. A ALL calcula que deixa de faturar R$ 1 milhão por dia. Em nota a empresa afirmou que também está havendo deterioração da malha em função do peso dos tratores, caminhões e colheitadeiras. "Todos os envolvidos irão responder cível e criminalmente por seus atos", disse. Segundo ela foi acionada a Polícia Federal para evitar maiores danos.

Na região de Maringá, há várias estradas rurais com tráfego interrompido, em razão de os agricultores não estarem permitindo a saída ou entrada de produtos nos entrepostos de cooperativas. Os caminhoneiros também aderiram ao movimento ontem em Umuarama. Além do apoio aos agricultores, eles protestam contra o valor do frete e o alto custo do combustível. A PR-323, que teve o tráfego interrompido, é uma das ligações do Paraná com Mato Grosso do Sul.

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