O projeto de ampliação do mercado de produtos orgânicos com o aumento do número de feiras e a construção do Mercado Permanente de Orgânicos em Curitiba foi apresentado pela Secretaria Municipal do Abastecimento e Ministério do Desenvolvimento Agrário a produtores rurais, secretários municipais de agricultura de municípios da Região Metropolitana de Curitiba e entidades e cooperativas de agricultores orgânicos do Paraná.

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A reunião, realizada nesta quinta-feira (08) na sede do Incra, contou com a participação do secretário municipal do Abastecimento, Antonio Poloni e do delegado do Ministério no Paraná, Reni Denart, além de representantes do Sebrae e Emater. "O projeto passou do sonho à realidade, e deve ser construído coletivamente com a marca da credibilidade", disse Poloni.

O contrato que prevê repasse, pelo governo federal, de parte dos recursos para a construção do Mercado Permanente de Comercialização de produtos Orgânicos será assinado na próxima semana. "A parceria permitirá criar espaços para produtores, principalmente da agroindústria familiar. É um projeto que o Ministério apóia e acredita", disse Reni Denart.

Orçado em R$ 4 milhões, o primeiro Mercado de Orgânicos do País será construído ao lado do Mercado Municipal, na rua da Paz. Os prédios serão integrados para que o público possa circular nos dois espaços. O mercado terá dois pisos, num total de 3.700 metros quadrados de área construída.

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O primeiro piso, conectado ao Mercado Municipal por um corredor, será ocupado por 21 lojas de produtos e praça de alimentação exclusivamente orgânica. O segundo andar terá uma cozinha experimental e sala de eventos, que poderão ser utilizadas para lançamentos de produtos e cursos de empreendedorismo. A previsão é de que o Mercado seja inaugurado em outubro de 2006.

Segundo o secretário o desafio agora é a organização dos produtores para atender a demanda dos consumidores, tanto em quantidade como qualidade. "Curitiba concentra 37% do mercado consumidor do Estado e além de atender o público da capital, o novo espaço será uma vitrine para outras regiões do país e do mundo", explica Poloni.

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Circuito de feiras

Na cadeia orgânica, outro foco é a expansão do circuito de feiras na cidade e melhoria da apresentação dos produtos. Um novo modelo de barracas está sendo testado e deverá ser implantado em todas as feiras orgânicas no início do ano que vem.

Mais funcionais, as barracas terão uma área de exposição maior, o que vai melhorar a disposição e apresentação dos produtos. Além da aparência, a estrutura também facilita o contato entre consumidor e feirante. Outra vantagem é o aumento no diâmetro do toldo, garantindo mais proteção para quem está do lado de fora. O telhado (toldo) terá um desenho diferente, com o acréscimo de duas hastes para assegurar o escoamento da água da chuva.

Para não perder a característica, a Secretaria Municipal do Abastecimento, que administra as feiras livres em Curitiba, vai manter o bambu na estrutura do novo modelo. Atualmente estão em funcionamento seis pontos de comercialização de produtos orgânicos na cidade. O número deve subir para nove pontos em 2006.

"As feiras são um elo entre os produtores e consumidores que não deve ser perdido ou colocado em segundo plano. As feiras devem ser fortalecidas pois também são fonte de pesquisas e avaliação de novas tendências", afirma o diretor da secretaria do Abastecimento, Luis Gusi.

As seis feiras do circuito orgânico beneficiam diretamente 31 agricultores familiares de 11 municípios da região metropolitana de Curitiba. Por ano são comercializadas 480 toneladas de produtos com a geração de 107 empregos diretos.

História

O cultivo de hortaliças marcou o início da agricultura orgânica no Paraná, que começou em 1982 com um pequeno grupo de agricultores no município de Agudos do Sul. Hoje, a Emater tem no cadastro 300 produtores na região metropolitana de Curitiba, e outras 700 propriedades de agricultura familiar com potencial para produção de orgânicos.