Produtores de camarão decidirão se protestam contra sobretaxa

Os produtores de camarão vão aguardar o parecer da Comissão Internacional de Comércio (ITC) para decidir se protestam contra a sobretaxa média de 10,4% imposta pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos na semana passada. "O processo deve terminar no dia 19 de janeiro com o pronunciamento da ITC. Se a comissão for favorável à sobretaxa, vamos pedir a redução do índice por meio do governo", avisa o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha. "Nesse momento, protestar seria um desgaste para o governo e para a diplomacia brasileira."

Para Rocha, a sobretaxa imposta pelos norte-americanos para compensar o que eles consideram dumping (venda por preços abaixo do custo, com prejuízo à produção local) é elevada e significa uma retaliação às conquistas brasileiras na Organização Mundial do Comércio (OMC) em disputas envolvendo produtos como açúcar e algodão. "O camarão está se transformando em moeda de troca. O que eles vão arrecadar com a sobretaxa é mais do que produziriam em um ano", contabiliza o presidente da ABCC.

Em 2004, a acusação de dumping por parte dos produtores norte-americanos de camarão gerou tensão no mercado brasileiro, que reduziu em 10% a produção. Nos últimos cinco anos, o setor registrou um crescimento de 55% ao ano. Este ano, até novembro, o Brasil exportou cerca de 48 mil toneladas de camarões, o que representa uma movimentação de US$ 202 milhões.

"Normalmente, 65% da nossa produção é exportada. Dessa produção, 40% vai para os Estados Unidos", revela Itamar Rocha, da ABCC. "O setor emprega cerca de 70 mil pessoas. Com a queda na produção em 2004, houve perda de competitividade e os empresários enfrentaram dificuldades para remunerar e aumentar os salários dos empregados."

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