Os dados regionais da produção industrial de julho confirmaram a perda de ritmo do setor já diagnosticada pelo indicador nacional, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apenas 7 dos 14 locais pesquisados apresentaram crescimento na produção ante o mesmo mês do ano anterior, no pior resultado desde novembro de 2003.
Em junho, nove locais tinham crescido ante igual mês do ano anterior. Isabela Nunes Pereira, da Coordenação de Indústria do IBGE, disse que, ao contrário dos dados nacionais, cuja análise pode ser mais ampla por causa do ajuste sazonal (eliminação de fenômenos típicos do período), no caso dos indicadores regionais a avaliação dos movimentos mais recentes fica prejudicada porque não há comparação ante mês anterior.
Por isso, ela ressalta que a influência de menos um dia útil em julho deste ano em relação a igual mês do ano passado, além da base de comparação elevada de 2004, foi muito forte nos dados regionais. No segundo semestre do ano passado, a maior parte das regiões acelerou muito o ritmo de crescimento e essa base vai influenciar os dados deste ano.
A economista disse que os resultados regionais confirmam além da desaceleração na maior parte dos locais, o "padrão de crescimento" industrial, baseado especialmente nos bens de consumo e exportações.
Ela destacou que os melhores resultados regionais em julho, ante igual mês do ano passado, ocorreram em Estados com bom desempenho nas exportações ou fabricação de bens de consumo, como Amazonas (11,7%, impulsionada especialmente por celulares), Minas Gerais (6%), e Goiás (6,7%). "Os bens de consumo em geral e as vendas externas continuam puxando a indústria", disse Isabela.
Segundo ela, os próximos meses serão fundamentais para tornar mais claros os movimentos regionais do setor, já que a falta do ajuste sazonal nos dados exige um período maior para análise dos dados como tendência.
