A indústria automobilística brasileira deve encerrar dezembro com 2 mil empregados a menos que em 2005, embora a produção vá atingir o recorde de 2,64 milhões de veículos, 4,5% a mais que no ano passado. Produzir mais com menos funcionários é uma tendência mundial do setor, que por várias décadas liderou a lista dos maiores empregadores do País.
As montadoras devem fechar o ano com 105,4 mil funcionários, ante 107,4 mil em 2005. Ainda assim, o número ficará acima do período de 1998 a 2004, quando variou de 90,6 mil a 102 mil vagas. O reflexo recai nos fornecedores de autopeças, que este ano previam contratar 5 mil funcionários. Até agora, o setor gerou metade dessas vagas e emprega 199 mil pessoas.
A queda de empregos nas montadoras, a primeira em três anos, será puxada pela Volkswagen, que conclui hoje a primeira etapa do programa de reestruturação que cortará 1,8 mil vagas na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). A empresa já havia dispensado 160 pessoas em Taubaté (SP) em agosto, após acordo com o sindicato local. A GM reduziu seu quadro no interior de São Paulo, mas contratou em Gravataí (RS), assim como a Ford na Bahia.
Até 2008, a Volks planeja extinguir 6 mil postos no País, de um total de 22 mil. Na Europa, o grupo também tem planos de enxugamento, assim como Ford e General Motors, que estão fechando fábricas nos EUA. Juntas, devem eliminar mais de 90 mil postos em três anos.
Além de 20 mil vagas na Alemanha, a Volks pode cortar de 1 mil a 4 mil funcionários na Bélgica, que emprega 5,8 mil pessoas. Empregados protestaram ontem por temerem o fechamento da fábrica ação negada pela montadora, que quer produzir 204 mil veículos no país.