Produção de matérias-primas e insumos impulsiona atividade industrial

Rio de Janeiro – O bom desempenho do setor de bens intermediários (matérias-primas e insumos) no resultado da produção industrial do mês de novembro de 2006 pode indicar o crescimento da atividade de bens finais no fim do ano passado, com a reposição de estoques que foram utilizados ao longo do ano. A constatação é do chefe da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sílvio Sales.

De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (5) pelo IBGE, o crescimento de 0,8% na passagem de outubro para novembro foi impulsionado pelo setor de bens intermediários, que avançou 1,6% e tem maior peso na estrutura industrial. Segundo Sales, embora em novembro a indústria tenha atingido nível recorde de produção, o desempenho é marcado por oscilações entre os meses.

?O padrão que temos observado é de oscilação mês a mês, mas o segundo mês consecutivo de crescimento é significativo na medida em que foi impulsionado por bens intermediários. Isso pode sinalizar um aumento da produção de bens finais em dezembro, tanto da área de construção, como da própria indústria, já que os produtores de intermediários respondem às demandas dos produtores de bens finais?, explicou.

Sales acrescentou que, como os demais indicadores conjunturais são positivos, como elevação da ocupação, queda da inflação e expansão do crédito, é preciso esperar os resultados da atividade comercial de fim de ano para confirmar se a indústria vai manter o impulso de reposição de estoques, tanto em dezembro quanto no início de 2007.

Ele classificou de moderado o comportamento da indústria em 2006, já que é resultado de desempenhos muito heterogêneos entre os diversos segmentos. ?Há setores que crescem a taxas superiores a 50% e muitos outros, a taxas de 2% ou 3%?, disse Sales.

Na comparação com o mês de outubro, 14 dos 23 segmentos registraram crescimento na produção em novembro. Os destaques positivos foram refino de petróleo e produção de álcool (4,6%); outros equipamentos de transporte (10,1%); bebidas (4,9%); outros produtos químicos (1,8%) e indústria extrativa (2,2%).

Já os destaques negativos foram veículos automotores (-1,0%); metalurgia básica (-0,7%); perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-1,4%) e vestuário (-2,1%).

A produção de bens de capital cresceu 2,2%; bens intermediários 1,6% e bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos), -0,1% e semiduráveis e não duráveis (roupas e alimentos), -0,6%.

Na comparação com o mesmo período de 2005, a produção industrial registrou alta de 4,2%, a quinta alta consecutiva. Nos 11 primeiros meses do ano, a alta acumulada é de 3,1%, e, nos últimos 12 meses, de 3%.

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