O primeiro levantamento da safra 2006/07 informa que a produção de grãos de verão no Paraná deverá ser de 20,84 milhões de toneladas, ou 18% superior à estimada para a safra 2005/2006. A divulgação foi feita nesta terça-feira (19), em Curitiba, pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura.
Segundo o secretário da Agricultura, Newton Pohl Ribas, em condições normais de clima, a produção da safra 2006/07 deverá ser de 3,2 milhões a mais de toneladas.
De acordo com a primeira pesquisa de intenção de plantio, o Paraná deverá cultivar 13,7 mil hectares de algodão, com uma produção estimada em 30,6 mil toneladas. ?Se o algodão tiver um desenvolvimento em condições normais, a produção do Estado poderá ficar 27,5% superior à registrada em 2006?, comentou Ribas.
Quanto ao arroz, deverão ser cultivados 59,6 mil hectares. Com isso, espera-se uma colheita de 186,9 mil toneladas do produto. Caso seja confirmada esta produção, o Estado colherá 6,6% a mais de arroz que em 2006.
Já a área plantada com feijão das águas poderá ter uma expansão de 8,9%, comparado à última safra. Ao todo, deverão ser 32,1 mil hectares. Diante dessa possibilidade, o Paraná deverá colher 611,5 mil toneladas do produto. ?Esta produção representa um aumento de 35,7% em relação ao volume colhido na safra passada. Esse crescimento produtivo é conseqüente do aumento de área, como também, da produtividade esperada, que é de 1,5 mil quilos por hectare?, disse.
No caso do milho, desde que ocorram as condições normais de clima, o Estado deverá colher 8,24 milhões de toneladas. Confirmada na prática, essa produção representará um crescimento de 6,6% em relação à registrada na safra 2005/06. Estima-se uma produção de 6,1 mil quilos por hectare. Apesar disso, os técnicos do Deral afirmam que haverá redução de área plantada, principalmente em razão dos baixos preços recebidos pelos produtores durante todo o ano de 2005 e a falta de perspectivas para os próximos meses.
O levantamento do Deral também aponta um aumento na área plantada com soja. De acordo com as perspectivas, deverão ser plantados 3,91 milhões de hectares com o produto no Estado. Isto representa 27 mil hectares a mais que na última safra. Segundo o secretário da Agricultura, o aumento na área com soja é de 0,7%. ?Não é maior porque na região de arenito, onde o produto foi cultivado no ano passado, os produtores estão migrando para a cultura da cana ou retornando às pastagens?, comentou.
Diante do cenário atual de produção mundial recorde e altos estoques, as perspectivas de mercado para a soja não são otimistas. Mas os produtores estão preferindo o plantio da soja ao milho porque este também não tem perspectivas de preços melhores. Contudo, a soja tem maior liquidez que o milho e um manejo mais fácil. Também é importante considerar que parte expressiva do milho tem sido produzida na segunda safra.
Destaca-se também que a infraestrutura paranaense de armazenagem, beneficiamento e escoamento da soja, incluindo a proximidade do Porto de Paranaguá das regiões produtores, garante uma maior competitividade aos produtores do Paraná em comparação com os do Centro-oeste do País.
Em relação à cana-de-açúcar, deverá ocorrer uma expansão da área cultivada com o produto. Os técnicos do Deral estimam que o Paraná deverá ter um acréscimo de 76,2 mil hectares com a cultura para esta safra, totalizando 509,17 mil hectares plantados. Com isso, a área de cana no Estado ficará 17,6% maior que a verificada na safra passada. Este aumento tem como causa os bons preços recebidos e a perspectiva favorável para os próximos meses.