Brasília – A produção de camarão em viveiros deverá chegar a 65 mil toneladas, o mesmo volume do ano passado, e faturar R$ 520 milhões neste ano.
A informação é do presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCCAM), Itamar Rocha, acrescentando que em 2003 os brasileiros produziram 90 mil toneladas e o Equador, 70 mil. "O volume do Brasil poderia ter sido maior, pois a expectativa para a produção equatoriana neste ano é de chegar a 200 mil toneladas", disse.
Na avaliação dele, a desvalorização do dólar pode ser uma das causas para a redução das exportações, por isso defende uma conpensação financeira para os criadores brasileiros: "A maioria dos países produtores dá essa compensação".
Os estados do Rio Grande do Norte e do Ceará respondem, juntos, por 70% da produção brasileira. Do total produzido, 45% são absorvidos pelo mercado interno, mas segundo Itamar Rocha, a preferência dos criadores é pela exportação. "O mercado interno não atrai investimentos, embora venha crescendo, mas não dá a mesma segurança da exportação, porque não tem estrutura financeira. Quando vendo no mercado interno tenho medo de não receber ou de receber cheque sem fundos. Quando exporto, já passo a documentação e o dinheiro cai na conta em três ou quatro dias?, contou.
De janeiro a junho, as exportações para a Europa aumentaram 7% em relação ao ano passado, e para os Estados Unidos, 15%. Do total exportado, 46% vão para França, 36,2% para Espanha, 5,1% para Holanda, 3,1% para Portugal e 1,8% para os Estados Unidos.
Itamar Rocha lamentou que no país o licenciamento ambiental demore a ser concedido. Sem essa licença, o pescador não tem acesso a crédito. Ele informou que o setor tem compromisso com a preservação, mas disse acreditar na existência de interesses que dificultam a retirada da licença. "Só no Brasil existe licenciamento para camarão", denunciou.
