Rio – A produção de bens de consumo duráveis (eletrodomésticos, celulares, automóveis) registrou queda em novembro ante igual mês de 2004 (-0,1%), após 27 meses consecutivos de crescimento nessa base de comparação. O mau desempenho reflete especialmente a queda na produção de eletrodomésticos da linha branca (geladeira e freezer, com queda de 9,7%) e de telefones celulares (-23,4%).
Os aparelhos de celular reverteram bruscamente a trajetória de crescimento. Esses produtos acumulam aumento de 43 9% na produção no ano e, somente em outubro, registraram expansão de 27,5% ante outubro de 2004. Segundo Silvio Sales, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o recuo de novembro deve ser "pontual" e está relacionado à dificuldade de compra de componentes importados e a um menor número de pedidos no mercado interno.
Os técnicos da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) não computaram dados exclusivamente de novembro, mas é possível afirmar que "não houve nada de preocupante" com a indústria no setor. Para a entidade, que congrega os 10 maiores fabricantes do País, é "natural" a falta de componentes em determinados momentos para o setor e 2005 foi um ano de bom desempenho.
No caso dos eletrodomésticos e dos duráveis em geral, Sales sublinhou que a categoria foi a que apresentou maior perda de ritmo na indústria desde o terceiro trimestre e foi a única pesquisada pelo IBGE a registrar queda na produção (-1,4%) em novembro ante outubro.
Para Sales, parte da queda "pode ter alguma relação com a entrada de importados" no País. E, além disso, o fato de o forte aumento da produção de duráveis nos últimos meses estar relacionado ao crédito, e não à renda, pode ter levado a uma perda de velocidade no período mais recente. As importações de bens duráveis cresceram 39,7% na média diária em novembro ante igual mês do ano passado.