O processamento de cana-de-açúcar no Brasil deve crescer de 419,7 milhões para 567 5 milhões de toneladas entre 2005 e 2010 e 73% desse aumento será destinado à produção de álcool. É o que aponta os primeiros dados da revisão feita no estudo de oferta e demanda de combustíveis da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura.
De acordo com o consultor e presidente da Câmara, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, dos 147,8 milhões de toneladas de cana processadas a mais no Brasil até 2010, 108,3 milhões serão utilizados para a produção do etanol.
"O aumento no volume será para atender ao consumo do mercado interno, já que adotamos previsões conservadoras para a exportação de etanol", disse Carvalho, que participou da abertura da 5.ª Conferência Internacional do Pensa/USP, em Ribeirão Preto.
Os analistas do grupo de trabalho da Câmara Setorial acreditam que mais de 70% do aumento da oferta de álcool nos próximos cinco anos ocorrerá para atender à demanda interna. Para suprir a demanda pelo combustível, a produção até 2010 deve crescer 9,67% ao ano e saltar de 16,7 bilhões para 26,55 bilhões de litros.
Já a produção do açúcar no Brasil deve saltar de 26 milhões para 32 milhões de toneladas, com aumento de 4,2% ao ano. "O crescimento do mercado interno será vegetativo de 1,9% ao ano. Já o crescimento da demanda para o mercado externo será mais vigoroso, em torno de 5,6% ao ano", avaliou Carvalho.
De acordo com o executivo, os preços do açúcar têm uma queda média de 2% ao ano e os da energia um aumento no mesmo porcentual. "Isso explica o motivo de o preço do álcool em alguns momentos na safra estar equivalentemente mais alto que o do açúcar", afirmou.