O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura, divulgou nesta sexta-feira (27) a avaliação parcial da safra de cana-de-açúcar no Paraná até o final de setembro. De acordo com o relatório, o processamento de 25,39 milhões de toneladas do produto já assegurou uma oferta de 1,74 milhão de toneladas de açúcar e 1,04 bilhão de litros de álcool. Deste total, 66% é hidratado.
O secretário da Agricultura, Newton Pohl Ribas, disse que o bom andamento da atual safra, comparado à de 2005, explica a dinâmica das taxas de crescimento. ?São 20,04% a mais de cana. A produção de açúcar está 32,4% maior. E a de álcool cresceu 18,7%. Estas porcentagens alcançadas são reflexos de um conjunto de fatores que, simultaneamente, contribui para o crescimento do segmento, como clima, preços de mercado internos e externos, além das vantagens oferecidas pelo Estado, como solo, logística e as pequenas distâncias entre as lavouras e as usinas?, disse.
Técnicos do Deral também lembraram que, de acordo com a segunda estimativa subjetiva de intenção de safra para o próximo ano, é verificada uma expansão de 17,5% da área plantada com a cultura. Para o diretor do Departamento, Paulo Meira, a área cultivada chegaria a 509,3 mil hectares. ?O cultivo da cana no Paraná deve crescer 25,1%. Com isso, a oferta de moagem ficará em torno de 40,8 milhões de toneladas. Poderemos ter 76 mil hectares e 6,1 milhões de toneladas a mais do produto. Desde que as condições climáticas sejam satisfatórias e boas as expectativas do mercado mundial?, comentou.
No momento, os preços mantêm-se aquecidos no mercado internacional. Segundo o coordenador da área da Secretaria, Disonei Zampieri, a tonelada do açúcar foi exportada a US$ 276,86 em setembro, base Secex. ?Este valor foi 51,3% maior que o obtido nas exportações em 2005. Em 2006, a exportação acumulada já atinge as 833,3 mil toneladas?, afirmou. Segundo ele, é importante ressaltar que, com o aumento de aumento do preço, esse segmento contribui com 3,1% do valor total das exportações do Paraná. Apesar do volume de embarque 9,8% menor. ?Quanto ao acumulado este ano, verificamos que, com a tonelada cotada a US$ 195,00 em janeiro, os preços subiram 42%?, avaliou.
Zampieri ainda informou que, com o litro de álcool exportado a US$ 0,57, o valor pago pelo produto está 62,8% maior comparado ao do ano passado. Nas exportações, já são 154 milhões de toneladas de álcool. Ou seja, um volume 53% maior que o registrado no mesmo período de 2005, disse. Segundo o agrônomo, a participação do segmento subiu para 1,2% do valor total da exportação do Estado. No ano passado, a participação do setor foi nas exportações do Paraná foi de 0,47%.
A cana-de-açúcar está concentrada, principalmente, nas regiões de Umuarama, Paranavaí, Maringá, Jacarezinho e de Londrina. O Estado possui 27 usinas em operação. Até 2008, está prevista a instalação de, pelo menos, outras duas unidades.
Brasil
A produção paranaense de açúcar e álcool responde por 10% da exportação nacional. Apesar da instalação de novas usinas nas regiões sudeste e centro-oeste do País, a participação do Paraná no setor tende a ser ainda maior.
Segundo Zampieri, no mercado interno o preço médio pago ao produtor pelo álcool anidro reduziu 5,6%. Também, houve queda de 6,5% no valor médio pago pelo álcool hidratado. Quanto ao preço médio pago ao produtor pelo açúcar, foi verificada uma alta de 14,1%. Essas variações durante o mês de setembro de 2005 e 2006. ?Com a safra satisfatória, os preços caem. Mas devemos levar em consideração que outros fatores interferem nos valores, como as variações de clima, o estoque mundial, a demanda, a oferta e os acordos internacionais de ajuste, conforme a Organização Mundial do Comércio (OMC)?, explicou.
No varejo, os preços médios praticados em setembro também estão mais elevados que os verificados no mesmo mês do ano passado. Para Zampieri, em 2005, o quilo do açúcar cristal estava cotado a R$ 1,67, o do refinado era cotado a R$ 1,43, o do mascavo estava a R$ 6,30 e o açúcar orgânico, R$ 3,87 o quilo. Os preços pagos a esses produtos tiveram uma aumento médio de 22%?, afirmou.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), espera-se que, em 2006, o Brasil cultive uma área de 6,2 milhões de hectares com cana. Com isso, o país teria um potencial para oferecer 471,2 milhões de toneladas do produto.
Para Zampieri, caso essa expectativa seja confirmada, a oferta nacional de açúcar ficará em torno de 29,7 milhões de toneladas. Já a de álcool, chegará a 17,8 bilhões de litros. ?Além disso, deverão ser colhidas 47,8 milhões de toneladas de cana para outros fins, como a produção de cachaça, rapadura e ração para animais’, concluiu.