Os interrogatórios da dona da boutique Daslu, Eliana Tranchesi, e seu irmão, Antonio Carlos Piva de Albuquerque, diretor financeiro da loja, serão marcados apenas no caso da Justiça Federal aceitar a denúncia de fraude feita pela Procuradoria da República na última quarta-feira.

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"Do ponto de vista material esse é um dos crimes mais provados que eu já vi. Eu acredito que eles só mantiveram esse esquema porque tinham certeza da impunidade", disse o procurador da República, Jefferson Aparecido Dias. Sete pessoas foram indiciadas pela Procuradoria.

Dias explicou que durante o desembarque das mercadorias da loja foram encontradas as notas fiscais verdadeiras nas caixas enviadas pelas fábricas. As notas apresentadas pela empresa eram emitidas pelas importadoras com um valor que correspondiam a um décimo do valor real. Foram encontradas também cartas nas quais os envolvidos combinavam o valor do superfaturamento.

O procurador da República disse que a soma das penas mínimas dos crimes pelos quais Eliana e o irmão são acusados é de 21 anos. As penas são somadas devido à forma como a denúncia foi apresentada. Os dois estão sendo denunciados por seis descaminhos consumados e três descaminhos tentados e nove falsidades ideológicas, além de quadrilha ou bando. Para os donos das importadoras, a soma das penas mínimas varia de 2 a 14 anos, o que depende da participação de cada um no esquema.

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Dias afirmou que existe uma oitava pessoa que está sendo investigada. "Sabemos que existem mais empresas, mas só temos provas para quatro. Em uma delas os sócios são ex-funcionários da Daslu, que trabalhavam no setor de importação da loja". O procurador salientou que os funcionários saíram da boutique para montar a importadora para trabalhar exclusivamente para a Daslu. "As empresas foram montadas para proteger os dois sócios (Eliana e Piva) e evitar que eles fossem descobertos".

Além da dona da Daslu e do irmão, foram denunciados cinco donos de importadoras que estão envolvidas em um esquema de fraudes nas importações. São eles: Celso de Lima (Multimport), André de Moura Beukers (Kinsberg), Roberto Fakhouri Junior e Rodrigo Nardy Figueiredo (Todos os Santos) e Christian Polo (By Brasil). Os denunciados são acusados de formação de quadrilha, descaminho (contrabando de mercadoria permitida) aéreo consumado e descaminho aéreo tentado e falsidade ideológica.

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A assessoria de imprensa da Daslu informou que os advogados da empresa e da proprietária ainda não receberam o comunicado da justiça sobre a denúncia e que só se pronunciarão após analisar o documento.