Cerca de 300 advogados, procuradores e defensores públicos protestaram, netsa quarta-feira, em frente ao Palácio do Planalto. Ocupando a pista em frente ao prédio, os manifestantes tentaram ser recebidos pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para negociar o envio do projeto de lei que regulamenta a remuneração desses servidores ao Congresso Nacional.
O projeto transforma as gratificações em subsídio, o que, segundo o secretário-geral da Associação Nacional dos Advogados da União (Anauni), André Dantas, está previsto na Constituição. Com a mudança, o salário da categoria seria equiparado, em até quatro anos, com o da magistratura e do Ministério Público. O salário hoje é de R$ 8 mil e passaria para R$ 19 mil.
De acordo com Dantas, o projeto está pronto há seis meses."É um projeto oficial do governo encaminhado pelo advogado-geral da União", disse Dantas. Segundo ele, a diferença salarial provoca uma baixa permanência dos funcionários nas instituições.
"As pessoas ingressam na carreira através de um concurso público muito difícil, mas em razão da diferença salarial entre a advocacia e a magistratura e o Ministério Público essas pessoas estão migrando constantemente para as outras carreiras", afirmou André Dantas.
A mobilização reúne funcionários da Advocacia-Geral da União (AGU), procuradores da Fazenda, do Banco Central, defensores públicos e procuradores federais. Ao todo, são 4 mil funcionários. A categoria pretende fazer uma paralisação no próximo dia 5 e podem entrar em greve caso a reivindicação não seja atendida. Pela manhã, eles foram recebidos pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e à tarde, serão recebidos pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Nelson Jobim.