A nomeação de Luis Inácio Adams para o cargo de procurador-geral da Fazenda Nacional, anunciada segunda-feira, desencadeou uma rebelião nos postos de comando do órgão. Ontem, os procuradores-chefes de 15 Estados entregaram seus cargos, assim como quatro procuradores regionais e mais de uma dezena de procuradores seccionais, além de dois procuradores-gerais adjuntos
Novos pedidos de exoneração são esperados para hoje. Adams substituirá Manoel Felipe Brandão, que ontem teve seu último dia como procurador-geral e aceitou os pedidos de exoneração dos colegas
A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) é uma espécie de advogada da Receita Federal. Ela defende o Fisco nas ações movidas por empresas e pessoas que questionam o recolhimento de tributos e cobra dívidas tributárias na Justiça
Por trás da reação à nomeação de Adams está uma divisão interna na carreira dos procuradores. Adams é procurador da Fazenda concursado e defende a unificação das diversas carreiras de procurador dentro da administração federal
Já os rebeldes são contrários a essa idéia, porque consideram que os procuradores da Fazenda precisam ter um nível de especialização muito elevado para enfrentar as poderosas bancas de advocacia que defendem os interesses de empresas contra o Fisco. Eles afirmam que essa resistência não tem nenhuma relação com questões salariais