O procurador da República Mário Lúcio Avelar mandou nessa sexta-feira (1º) à Justiça Federal parecer favorável à prorrogação do inquérito que apura os responsáveis pelo dossiê Vedoin, encomendado por dirigentes do PT nacional e de São Paulo para prejudicar candidaturas tucanas na última eleição.
Avelar sugere mais empenho da PF para que seja identificado o mandante da operação e apurada a origem do R$ 1,75 milhão, apreendido em poder de petistas num hotel de São Paulo.
A PF já tem elementos para indiciar pelo menos seis dirigentes petistas, chamados de "aloprados" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tramaram a compra e divulgação do dossiê. O indiciamento ocorrerá na próxima etapa do inquérito, que começa tão logo a justiça devolva os autos, talvez nesta segunda-feira.
Segundo a PF, as investigações realizadas nos últimos dois meses são suficientes para indiciar os envolvidos pelo critério de convencimento. A materialidade do crime está fartamente provada com a apreensão do dinheiro com os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha, em 15 de setembro passado.
Tão logo a justiça devolva o inquérito, o delegado Diógenes Curado, titular da investigação, irá a São Paulo ouvir o presidente estadual do PT, Paulo Frateschi, o tesoureiro, Antônio dos Santos, e o coordenador financeiro da campanha do senador Aloizio Mercadante ao governo paulista, José Giácomo Baccarin.
Ele também fará diligências na transportadora de valores Transbank, que teria transportado parte dos reais apreendidos com a dupla petista. No relatório parcial entregue à justiça, a PF concentra as suspeitas no PT paulista e poupa a direção nacional do partido e o Planalto.