Procurador de Mato Grosso denuncia 81 por Sanguessuga

O procurador da República em Mato Grosso, Mário Lúcio Avelar, denunciou hoje 81 acusados de pertencer à máfia que fraudava licitações de ambulâncias superfaturadas a prefeituras de oito Estados com recursos do Orçamento da União. Eles são acusados por formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros crimes. A lista de denunciados tem 27 nomes a mais que os 54 investigados pela PF. "Há assessores parlamentares que não estavam na lista de investigados", disse o procurador, sem citar nome. A quadrilha foi desbaratada pela "Operação Sanguessuga", da Polícia Federal, a partir de 4 de maio.

O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que instaure 15 inquéritos para apurar suspeitas de envolvimento de 15 congressistas com compras fraudulentas. As investigações deverão tramitar em segredo de Justiça. O procurador disse que tem provas contra os ex-deputados Ronivon Santiago e Carlos Rodrigues em relação a quanto eles teriam recebido dos donos da Planam, entre eles Darci Vedoim, para apresentar emendas ao orçamento para a compra fraudulenta de ambulâncias. "Eles direcionavam as emendas para a base empresarial e recebiam a liberação de recursos pelos serviços prestados à organização criminosa", disse o procurador.

Ao todo, os acusados vão a 75 inquéritos instaurados só para apurar as fraudes em licitação. "A pena máxima é de 30 anos, que é a pena máxima no Brasil", informou Avelar. Em nota, o Ministério Público esclareceu que "o núcleo empresarial da quadrilha era composto por empresários estabelecidos em Cuiabá. A partir da sua base na Capital do Estado de Mato Grosso, o bando manejava numerosas empresas de fachada. E com elas participava de licitações simuladas em todo o Brasil. Conforme o Ministério Público, estima-se que a organização criminosa tenha ocasionado prejuízos da ordem de R$ 110 milhões aos cofres públicos. "Parte desse dinheiro era revertida a servidores públicos, sob a forma de "propina". Outro tanto era submetido a processos de "lavagem de capitais", sendo apropriado pelos criminosos", diz a nota. O esquema contava com a participação de agentes infiltrados no Congresso Nacional e em cargos de destaque na esplanada dos Ministérios.

De acordo com o Ministério Público, os membros do bando empenhavam-se em direcionar o dinheiro público em benefício da quadrilha, seja por meio de emendas orçamentárias seja por meio de convênios celebrados pela União. Assim, foram denunciados ex-deputados federais, um ex-senador da República e assessores parlamentares, além de outros servidores públicos".

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