A promessa de não punição aos controladores de vôo que se amotinaram e paralisaram o tráfego aéreo em todo o País na sexta-feira, feita pelo governo, azedou ainda mais nesta segunda-feira (2) o clima entre militares, governo e os rebelados. Ainda que o procurador da Justiça Militar, Giovanni Rattacaso, tenha requisitado abertura de inquérito para identificar amotinados – aceita pelo comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, e o que gerou satisfação na Força Aérea – , aumentou a tensão entre os controladores e acendeu uma luz amarela no Planalto.
Rattacaso justificou a necessidade de abertura de inquérito porque, no seu entendimento, houve quebra de hierarquia e do código penal militar. Se forem denunciados, os controladores vão responder criminalmente à Justiça Militar. Rattacasso lembrou afirmou que o MPM é independente e está cumprindo seu papel. Na avaliação de Rattacaso, a ação do MPM não fere o acordo fechado entre governo e os controladores que garantiu o fim do motim.
"A ação do Ministério Público não tem nada a ver com o acordo entre o governo e os controladores", afirmou. "O Ministério Público é movido pelo princípio da obrigatoriedade. Se houve alguma infração, somos obrigados a pedir investigação", prosseguiu Rattacaso. Se condenados, a pena prevista para os controladores de vôo será de quatro a oito anos de reclusão além da exclusão das Forças Armadas.