O vice-presidente de Varejo e Distribuição do Banco do Brasil (BB), Edson Monteiro, afirmou hoje (21) à Agência Estado que a demanda por crédito nestes primeiros dias de 2005 está atipicamente forte. "Não tivemos aquela parada nos negócios que é tradicional e dura até meados de fevereiro", afirmou. Ao contrário, a procura por algumas linhas de crédito até o dia 19 (13 dias úteis) indica um desempenho superior ao de dezembro. Para ele, o crescimento da economia, com uma oferta razoável de empregos, está sustentando a procura por crédito.
Monteiro destacou o desempenho das operações de crédito consignado. Nas operações para aposentados, o BB já fechou 26 mil operações até o dia 19, com um volume de R$ 32 milhões. No mês passado, foram 33 mil operações, com um volume de R$ 43 milhões. Nas operações de crédito consignado para trabalhadores, o BB já emprestou R$ 90 milhões, em 30 mil operações. Em dezembro, o desempenho foi recorde, com R$ 230 milhões.
No mês passado, a linha de crédito do BB para compra de material de construção emprestou R$ 60 milhões. Até o dia 19, já foram fechadas operações que somam R$ 40 milhões, indicando que a média mensal de 2004, em torno de R$ 60 milhões, será superada. A operação média desta linha gira em cerca de R$ 2 mil.
Nas operações de microcrédito para aposentados e pensionistas com renda de até dois salários mínimos, já foram fechadas 11 mil operações neste início de ano, com um volume total de R$ 2,8 milhões. Nos meses anteriores, a média de operações oscilou entre 12 mil e 13 mil operações ao mês. Já no microcrédito para clientes com renda até dois mínimos, o BB já fechou 63 mil operações (volume de R$ 3 milhões), contra uma média anterior mensal em 2004 entre 60 e 65 mil operações.
Monteiro citou ainda duas outras linhas de crédito novas para demonstrar que a demanda está forte. Desde dezembro, o banco está oferecendo o BB Crediário em 20 mil lojas conveniadas. Até o dia 19, já foram fechadas 1.500 operações, com R$ 1,7 milhão. Neste caso, a operação média é de R$ 1.300. O outro exemplo é a linha de Consórcio Popular, que foi lançado no segundo semestre de 2004, mas que passou a ser prioridade de negócios neste mês. Já foram vendidos 65 mil contratos, sendo 40 mil para eletrodomésticos. O restante é distribuído entre carros motos e tratores. O volume dessas operações de consórcio popular soma R$ 6,5 milhões.
O vice-presidente do BB explicou que o banco não está repassando integralmente o custo do dinheiro nas operações de crédito. O último ajuste das taxas cobradas foi feito em novembro e, mesmo assim, nem em todas as linhas. "Temos como alternativa compensar a margem reduzida pelo volume", explicou. Hoje, a expectativa de Monteiro é de que o volume de crédito concedido pelo BB aumente entre 22% e 23% neste ano em relação a 2004.