A taxa média de juros cobrada dos consumidores pessoa física teve ligeira alta em setembro, apesar das reduções promovidas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na taxa Selic (juro básico fixado pelo Banco Central). Segundo levantamento feito pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), o juro médio subiu de 7 48% ao mês em agosto para 7,50% ao mês (138,18% ao ano) em setembro. A taxa Selic é de 13,75% ao ano.
O aumento, conforme o vice-presidente da entidade, Miguel José Ribeiro de Oliveira, pode ser explicado por dois fatores. O primeiro é a maior demanda por crédito nesta época do ano. Em 2006, a expansão está na casa de 13% e, no período de um ano, em 21%. "Os consumidores estão tentando zerar algumas dívidas para fazer compras de Natal", comenta o executivo.
Outra explicação para a alta dos juros está na inadimplência, que voltou a crescer no último mês. De acordo com o levantamento na pessoa física o índice atingiu 7,6% do total de empréstimos, alta de 0,1 ponto porcentual no mês, 0,9 ponto no ano e 1,3 ponto em 12 meses.
Mas, apesar das justificativas, Oliveira acredita que havia espaço para a queda dos juros para o consumidor. Isso porque a Selic já caiu 5,5 pontos porcentuais entre setembro do ano passado e setembro deste ano. Das seis linhas pesquisadas pela Anefac, três subiram e três ficaram estáveis.
O juro do comércio subiu de 6,2% ao mês para 6,23%, o do cheque especial, de 7,95% para 7,97% e o do crédito pessoal (financeiras), de 11,56% para 11,6%. As taxas do cartão de crédito foram mantidas em 10,35%, a do CDC (bancos), 3,29%, e as do crédito pessoal (bancos), 5,53%.
A taxa média para a pessoa jurídica ficou estável em 4,28% ao mês (65,35% ao ano). Esse resultado foi puxado pelo recuo do juro do desconto de duplicata, de 3,68% para 3,64%. Em compensação, duas outras linhas tiveram alta: desconto de cheque de 3,82% para 3,85%, e conta garantida, de 5,51% para 5,55%.
