Os atrasos das companhias aéreas não passaram em branco, pelo menos hoje (26). Das 9 horas às 12 horas, pela primeira vez, o Procon de Guarulhos fez uma blitz no Aeroporto Internacional André Franco Montoro, em Cumbica, e multou sete empresas por atrasos em vôos superiores a duas horas – o órgão deu a margem de tolerância com base em normas do Departamento de Aviação Civil (DAC). Companhias cujos vôos registraram atrasos de 30 minutos a 2 horas foram apenas notificadas.

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Das 60 partidas e chegadas previstas para o período da blitz, 31 atrasaram pelo menos 40 minutos. O valor das multas aplicadas nas empresas autuadas será calculado com base no número de vôos atrasados e no faturamento da companhia. O Procon estima que o valor médio de multa por empresa chegue a R$ 300 mil.

Foram autuadas as seguintes companhias: Varig (10 atrasos), TAM (9), Lufthansa (4), Gol (2), Air Canadá (1), Aerolíneas Argentinas (1) e BRA (1). Elas devem receber a autuação formal hoje. Terão 90 dias para recorrer ou fazer o pagamento. O Procon notificou ainda a Iberia, a Passaredo e a Lan Chil.

A blitz começou depois que, numa fiscalização de rotina nas lojas de Cumbica, o coordenador do Procon em Guarulhos, Leonardo Freire Pereira, notou pelas informações dos painéis do aeroporto que havia muitos vôos atrasados. Por isso determinou aos fiscais que fossem hoje ao local

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O Procon informou que vai realizar outras operações do gênero. "Queremos manter uma periodicidade. O DAC, que deveria verificar se as empresas estão cumprindo as normas, tem equipe reduzida." Segundo o DAC, três fiscais trabalham em Cumbica. Além de checar os horários, eles fiscalizam todos os aviões. Em período de maior movimento, a equipe é reforçada por mais dois fiscais.

No saguão, os recém-casados Michael e Carla Pires, ambos de 22 anos, reclamaram da falta de pontualidade. Rumo à lua-de-mel em Caldas Novas (GO), eles saíram antes das 7 horas de casa, em Franco da Rocha, Grande São Paulo, para não perder o vôo das 9h20 da BRA. "Agora vamos decolar às 11 horas", disse Michael. "Não nos deram nenhuma explicação", criticou Carla. Apesar da insatisfação, o casal não registrou reclamação formal. "As pessoas não têm o hábito de denunciar o mau serviço, por isso viemos aqui", disse Pereira.

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O Procon garantiu que, se as companhias apresentarem explicações convincentes para os atrasos – como condições climáticas adversas no exterior -, as autuações serão canceladas. Isso ocorreu hoje com o indiano Misra Rakesh, de 49 anos, que veio para o País de Frankfurt, pela Lufthansa. "Nevava demais e o aeroporto na Alemanha foi fechado", disse Rakesh, que por causa do atraso no desembarque, perdeu a conexão para Paranaguá (PR).