Vasco Pereira da Gama, de 33 anos, pode ser o primeiro homossexual brasileiro a conseguir, junto com seu parceiro Dorival Pereira de Carvalho, o direito de adotar uma criança. Antes, apenas homossexuais sozinhos teriam tentado uma adoção, opina Everaldo Galvão, advogado do casal.
Agora começa a busca pela criança, que Gama diz que ele e Carvalho gostariam que fosse uma menina de 2 a 4 anos. A seguir ele conta um pouco de como se faz um processo de adoção, que no seu caso foi bastante tranqüilo.
"Eu achava que a justiça fosse ser preconceituosa, mas a gente nao encontrou nenhum tramite difcil, nao". Ele disse à Agência Brasil que depois do pedido de adoçao o casal foi visitado por um psicólogo.
"Ele faz uma avaliação psiocológica sua, se você esta preparado psicologicamente para ter uma criança. Depois, um assistente social faz uma visita à residência, que verifica as condições, o ambiente que a criança vai estar entrando.
Esses dois profissionais avaliam a situação, cada um em sua área. "É passado por uma avaliação e depois faz um relatório. Também vem um promotor, que também faz um relatório. Depois, é aprovado: deferido ou não pelo juiz".
Esses procedimentos demoraram cinco meses. "O processo leva de três a cinco meses na média", diz Gama. Para ele, mais pessoas deveriam tentar adotar crianças, lembrando que ter um filho dessa maneira não depende nem da orientação sexual das pessoas nem se são casadas ou solteiras.
Ele aconselha outros homossexuais a ir a luta. "Acho que é até uma forma nossa de incentivo a qualquer pessoa, tem pessoas solteiras aí que tem sua estabilidade (e podem adotar). É uma coisa muito bonita, uma felicidade, um amor que voce dá".