Viena (Áustria) – A integração do continente sul-americano tornou-se um dos temas centrais da 4ª Cúpula União Européia – América Latina e Caribe. A nacionalização do gás boliviano foi diretamente abordada em três entrevistas a jornalistas de todo o mundo. Uma das coletivas foi dada pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, e, as outras duas, pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim. A comitiva boliviana convocou nova coletiva para hoje (12) à tarde e a expectativa é de que o assunto seja novamente abordado.

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Em entrevista pela manhã, Amorim negou saber da existência de negociações entre Uruguai e Estados Unidos para um Tratado de Livre Comércio, que poria em risco o Mercosul. "Não há nenhuma negociação, que eu saiba. Houve manifestações de intenção, expressões de desejos", disse o chanceler.

Celso Amorim ressalvou, em seguida, que não se referia a concessão de benefícios unilaterais ao Uruguai, representados por modificações na estrutura tarifária do país. "Veja bem, se amanhã os Estados Unidos resolverem dar umas preferências comerciais para o Uruguai, unilateralmente, nós não temos nada contra", afirmou o ministro brasileiro.

Uma repórter lhe perguntou se o mecanismo não poderia ferir a resolução 32 do Mercosul, em referência a acordo assinado em 2000 entre os países do bloco. "O que fere a resolução 32 é se houver um acordo que envolva modificações tarifárias do Uruguai em benefício de terceiros, sem participação do Mercosul. Isso nao pode haver", explicou Amorim.

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