Problemas da taxa de câmbio não serão resolvidos a curto prazo, diz ministro

Brasília – Os problemas provocados pela desvalorização do dólar em relação ao real não serão resolvidos a curto prazo, acredita o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Para o ministro, a tendência é que o dólar se mantenha pouco acima dos R$ 2.

"Dificilmente a questão do câmbio será resolvida a curto prazo. A intervenção do Banco Central será pontual e não resolverá muito", afirmou, após encontro com o ministro da Fazenda Guido Mantega. O ministro Mantega acredita que a valorização do real frente ao dólar reflete os bons resultados da economia brasileira.

Com o dólar desvalorizado, Jorge defende que as indústrias têm de se tornar mais eficientes e produtivas para enfrentar a concorrência estrangeira. "Dificilmente haverá uma mudança substantiva no [valor do] dólar O que a indústria precisa fazer é ganhar produtividade, eficiência e se reinventar para concorrer [com os produtos importados e no âmbito internacional]".

Embora ache possível o governo adotar medidas que permitam a modernização da indústria, como a redução de impostos para bens de capital e equipamentos, sobretudo nos setores prejudicados pela queda do dólar, o ministro ressalta que só isso não resolveria o problema. "Há algumas áreas onde ainda pode ser feito [a redução de alíquotas]. Agora, a desoneração de impostos por si só não resolve, pois ela também é uma medida pontual, que resolve para algum setor que esteja passando por dificuldade?.

Já quanto à redução dos impostos cobrados de produtos importados com o objetivo de aumentar a importação e, assim, reduzir o saldo da balança comercial, Jorge também entende que é possível aplicar em alguns setores. "Mas não nos que já estão com problemas".

O ministro disse que não será porta-voz das queixas feitas por parte do setor industrial, como os setores automobilístico, têxtil e calçadista, prejudicados pela atual taxa de câmbio. "Quando você é ministro de um governo, você está em um time. São onze atacantes, que seguem orientação, e um técnico. Se os jogadores não seguem a orientação, substitui-se".

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