Problema na hora de estudar

Foto: Arquivo

Criança ainda não tem uma vida social tão ativa.

São Paulo – Na adolescência, a vida social vai ficando mais interessante. Namoros, baladas, uma certa liberdade a possibilidade de ficar mais fora de casa, de sair mais sozinho. E aí fica difícil concorrer com escola, estudo e prova. A vida escolar, que até então era um importante veículo para inserir a garotada na sociedade, cai em importância e cresce em implicância. Mas será que existe um jeito de fazer o adolescente estudar? ?Você quer um milagre… o papa tá vindo aí… é com ele que você tem de falar?, brinca a educadora Maria Irene Maluf para mandar um recado bem sério: não existe fórmula mágica.

 ?Aprender é um ato de metacognição. A pessoa aprende sozinha, ninguém te ensina nada. Há falhas na estrutura do ensino, na maior parte das escolas, os conteúdos são apresentados sem que se faça uma conexão com a vida real?, avalia. Ou seja: a melhor maneira de incentivar o aprendizado é mostrar ao jovem para que serve, na prática, o que ele está estudando. ?Ficar aprendendo equação de segundo grau só para passar no vestibular não incentiva ninguém, e hoje, na adolescência, ninguém ?engole sapo?. Se o jovem percebe que aquilo é inútil, não vai se interessar mesmo?, alerta.

Grácia Lopes Lima, professora e consultora em educação e comunicação, coordenadora do Gens e do programa ?Cala a Boca Já Morreu?, engrossa o coro. ?O grande problema que leva as pessoas a não gostarem de estudar é não haver conexão entre os conteúdos escolares e a vida. Além disso, quem manda estudar nem sempre é estudioso, quem manda escrever não é escritor, quem manda ler não é leitor. É preciso mostrar a importância de estudar pelo prazer de aprender.?

Sem punição

Brigar, punir, castigar não resolve. Cobrar resultados – ?Estudou? Fez a lição? Tem prova?? – isoladamente, de forma pontual, pode transformar a casa num inferno, e também não resolve. ?Os pais precisam se envolver com o processo de aprendizagem como um todo, não só no momento da prova. É preciso levar o cotidiano escolar para o cotidiano da família?, recomenda Mercedes de Paula Ferreira, diretora e professora do ensino médio do Colégio Ítaca.

Segundo Mercedes, é muito comum também o aluno que tira de letra o ensino fundamental apresentar dificuldades no colegial. O problema? Como ele era bom, não tem prática em estudar.

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