Primeiro-ministro britânico diz ser contra execução de Saddam Hussein

Um dia depois de a justiça iraquiana condenar Saddam Hussein à morte, líderes europeus fizeram um apelo ao Iraque para que o ex-ditador não seja executado. "Somos contra a pena de morte, seja para Saddam ou para qualquer um", disse o primeiro-ministro britânico, Tony Blair. Cauteloso, o premiê valorizou o fato de o julgamento ter sido realizado por iraquianos, mas se negou a comentar sobre qual deveria ser a pena de Saddam, dizendo que tal decisão cabe a eles.

Declarações semelhantes às de Blair também partiram da Finlândia que detém a presidência da União Européia, e da Itália. "Mesmo num caso dramático como o de Hussein, somos contra a pena de morte", disse o premiê italiano, Romano Prodi.

Outros líderes da Europa alertaram para as conseqüências de um possível enforcamento do ex-ditador. "Na situação difícil que o Iraque se encontra hoje, a execução de Saddam pode empurrar o país para uma guerra civil de verdade", disse o ministro das Relações Exteriores italiano, Massimo D’Alema.

No Iraque, os advogados de Saddam desautorizaram a sentença, classificando o veredicto como "nulo" e "um arremedo de justiça". A equipe de defesa ainda acusou o juiz de "imparcial" e disse que sua decisão foi tomada para "consolidar a campanha eleitoral de George W. Bush", em referência à eleição legislativa que ocorrerá amanhã nos EUA. Sob toque de recolher em muitas cidades, o país teve um dia relativamente calmo. O pior incidente aconteceu em Faluja, onde duas pessoas foram mortas durante uma manifestação pró-Saddam.

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